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Veja operador da máfia da merenda contando propinas

Carlos Luciano Lopes, alvo da Operação Alba Branca, aparece em foto com dinheiro que teria recebido do esquema de fraude

Foto do author Fausto Macedo
Foto do author Julia Affonso
Por Fausto Macedo , Mateus Coutinho e Julia Affonso
Atualização:

A foto foi apreendida pela Polícia durante investigação da Alba Branca Foto: Estadão

A Polícia Civil apreendeu, durante as investigações da Alba Branca, uma foto em que o vendedor da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) Carlos Luciano Lopes aparece cercado de blocos de notas de R$ 50, R$ 20, R$ 10 e R$ 2. Para os investigadores, Carlos Luciano Lopes exibe na imagem o dinheiro que ganhou de propina junto à máfia da merenda escolar.

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A foto foi apreendida pela polícia no celular de um dos investigados na Alba Branca. A imagem foi divulgada nesta quinta-feira, 14, com exclusividade pelo repórter Walace Lara, no jornal Hoje, da TV Globo.

A Operação Alba Branca deflagrada em janeiro de 2016 aponta para o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Fernando Capez (PSDB). O tucano teria sido beneficiário de propinas para financiamento de sua campanha em 2014. Capez nega com veemência ligação com o grupo que fraudava licitações da merenda.

Carlos Luciano Lopes prestou depoimento em 20 de janeiro, um dia depois que Alba Branca foi deflagrada. O vendedor declarou à Polícia Civil e ao Ministério Público Estadual que Fernando Capez recebia parte de comissão entregue ao lobista Marcel Ferreira Júlio por contratos supostamente superfaturados com prefeituras na venda de produtos agrícolas e suco de laranja. Segundo ele, Capez era tratado como 'nosso amigo' pelos integrantes do grupo sob suspeita.

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"Parte do dinheiro da comissão entregue a Marcel tinha como destinatário o deputado Fernando Capez e a outra parte ficava com o próprio Marcel", afirmou Carlos Lopes.

Ele também revelou que nas eleições de 2014 o então presidente da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) Cássio Chebabi cedeu um veículo Gol 'para uso na campanha do deputado Capez'. Segundo Lopes, o carro ficou à disposição do comitê do tucano por 90 dias, 'sendo que neste período recaíram várias multas de trânsito no veículo durante uso na Capital'.

Vendedor da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), carro-chefe do esquema de fraudes em licitações, Lopes contou que, em duas ocasiões, acompanhou um colega, César Bertholino, e o lobista Marcel Ferreira Júlio, filho do ex-deputado Leonel Júlio - cassado em 1976 pelo regime militar em meio ao famoso "escândalo das calcinhas".

"Numa dessas vezes que César levava dinheiro para ele (Marcel), era combinado que se encontrariam na cidade de Pirassununga, onde o pagamento era realizado na distribuidora de bebidas de propriedade do deputado Nelson Marquezelli", relatou Carlos Luciano Lopes.

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COM A PALAVRA, O DEPUTADO FERNANDO CAPEZ:

"Não interferi em nenhum contrato ou pagamento. Não conheço, nem mantive ou mantenho qualquer contato com essas pessoas, nem recebi qualquer valor ou bem, nem para mim, nem para a campanha. Esse massacre vai se revelar no futuro uma enorme injustiça e um processo de desgaste político desumano."

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