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Veja a lista das 44 offshores com contas do FPB Bank do Panamá alvos da Caça-Fantasmas

32ª fase da Lava Jato, que apura esquema de venda de um pacote para abertura de contas secretas, elencou as empresas constituídas pelo banco que atuava clandestinamente no Brasil em parceria com escritório Mossack Fonseca; a suspeita é que as empresas podem ter escondido propinas e dinheiro não declarado de diversas origens

Foto do author Fausto Macedo
Foto do author Julia Affonso
Por Fausto Macedo , Julia Affonso e Ricardo Brandt
Atualização:
 

A Operação Caça-Fantasmas, 32.ª fase da Lava Jato, listou as 44 offshores constituídas pela Mossack Fonseca por solicitação dos funcionários do banco panamenho FPB, que atuava no Brasil sem autorização do Banco Central. A lista foi o ponto de partida da operação deflagrada na semana quinta-feira, 7, que apura um esquema de venda de um pacote completo para abertura de contas secretas.

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Representantes do banco usavam os serviços da Mossack Fonseca para constituir offshores para seus clientes e procediam à abertura e gerenciamento de contas sediadas no exterior para eles, tudo por intermédio de escritórios clandestinos localizados em São Paulo.

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"Os funcionários do banco panamenho no Brasil, além de atuarem de forma clandestina, garantiam anonimato aos seus clientes, pois, a partir da constituição das offshores, abriam e gerenciavam contas bancárias no exterior em seus nomes, permitindo a ocultação dos valores, havendo evidências de que offshores fornecidas pela Mossack foram usadas para ocultar recursos provenientes dos desvios perpetrados em detrimento da Petrobrás", aponta a força-tarefa da Lava Jato.

São 44 empresas offshore 'negociadas' pelo FPB Bank em território nacional (todavia não se sabe exatamente quais estão abertas), o que não deixa dúvida acerca da atuação ilegal da instituição financeira no Brasil", informa a Polícia Federal, no pedido de buscas da Caça-Fantasmas. São empresas de gaveta coo a Fernwood Foundation, Mississipi River Fundation, Somelia Promotion LTD, Madrid Holdings Inc.

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Tabela não é exaustiva, já que elaborada apenas com base nas fichas de abertura/registro de offshore localizadas junto aos dados extraídos do sistema da Mossack Fonseca. Há diversos outros dados a serem analisados e que podem revelar outras empresas offshore", informa o delegado Rodrigo Luis Sanfurgo de Carvalho, da equipe da Lava Jato, em Curitiba.

O material vai abrir novas frentes de apuração. Todos documentos apreendidos nas buscas realizadas no dia 7 estão sob análise da Polícia Federal e devem incluir novos nomes de empresas offshores com contas secretas no exterior.

Para a procuradora da República Jerusa Viecili, a complexidade do esquema criminoso realizado pelo FPB Bank em parceria com a Mossack ao longo dos últimos anos, "pode ter facilitado a ocultação de recursos públicos desviados". "Havia uma dupla camada de lavagem de dinheiro: primeiro se constituíam offshores sediadas em paraísos fiscais para ocultar os reais donos do dinheiro e em seguida essas offshores mantinham contas em um banco clandestino."

Abrir ou ter uma offshore não é crime, elas são empresas legais com sede fora do País. Na Lava Jato, elas são alvos porque são usadas pela maioria dos investigados para ocultar a titularidade de suas contas secretas no exterior.

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