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'Trabalhei muito pelo Tocantins', diz ex-governador preso pela PF

Sandoval Cardoso (SD), alvo da Operação Ápia, afirma que não licitou obras em rodovias sob investigação em seu Estado por fraudes e desvios de recursos do BNDES

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Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso , Mateus Coutinho e Fausto Macedo
Atualização:
Sandoval Cardoso Foto: Estadão

O ex-governador do Tocantins Sandoval Cardoso (SD) afirmou que não tem envolvimento em fraudes a licitações e desvio de recursos das obras em rodovias em seu Estado que estão sob suspeita da Operação Ápia, deflagrada nesta quinta-feira, 13, pela Polícia Federal.

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"Trabalhei muito pelo Tocantins", afirmou Sandoval, apór sair do Instituto Médico Legal na noite desta quinta-feira, 13, onde foi submetido a exames antes de ser transferido para a Casa de Prisão Provisória de Palmas.

As declarações de Sandoval foram publicadas pelo Jornal do Tocantins.

"Quero que isso seja esclarecido mais do que qualquer outra pessoa", disse o ex-governador. A Operação Ápia investiga desvios de recursos em obras de rodovias financiadas com pelo menos R$ 1,2 bilhão do BNDES.

Outro ex-governador, Siqueira Campos (ex-PSDB), também está sob suspeita. Ele foi conduzido coercitivamente para depor na PF e negou envolvimento em licitações dirigidas que teriam favorecido um grupo de sete empreiteiras.

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Sandoval teve a prisão temporária decretada por cinco dias. Na tarde desta sexta-feira, 14, ele será ouvido em audiência de custódia na Justiça Federal no Tocantins.

O ex-governador apresentou-se à PF no início da noite desta quinta. Durante cerca de três horas ele depôs, acompanhado de seu advogado.

"Eu não licitei nenhuma obra, eu executei", disse Sandoval, ainda na saída do IML na quinta à noite. Ao todo, a Justiça Federal decretou 115 mandados na Operação Ápia, dos quais 21 de prisão temporária.

COM A PALAVRA, A ASSESSORIA DE IMPRENSA DE SIQUEIRA CAMPOS

Nota

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O ex-governador Siqueira Campos sempre esteve à disposição da Polícia Federal e da Justiça para qualquer esclarecimento que seja necessário e reitera que não está sendo investigado e nem foi indiciado.

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Nesta quinta-feira, 13, compareceu à sede da Polícia Federal em Palmas e respondeu objetivamente a todos os questionamentos que lhe foram feitos. O ex-governador Siqueira Campos informa que à época cumpriu seu papel de Governador de Estado ao buscar recursos para investimentos na infraestrutura do Tocantins, mas que não era o ordenador de despesas e nem o gestor de nenhuma secretaria.

Antes de deixar o Governo, ainda no ano de 2014, o ex-governador Siqueira Campos solicitou duas licenças do cargo e por fim optou pela renuncia, quando estava prestes a completar 86 anos. Portanto, a renúncia em nada tem a ver com qualquer articulação política a favorecer quem quer que seja. E nega veemente que tenha feito qualquer acordo político com o ex-governador Sandoval Cardoso e com o ex-candidato a senador Eduardo Gomes. No mesmo período, o então vice-governador também renunciou ao cargo e disputou a eleição para Deputado Federal (cargo que ocupara anteriormente) e não venceu a eleição por uma diferença de 200 votos.

Siqueira Campos relembra que em nenhum momento participou de qualquer ato político em favor de Sandoval Cardoso ou Eduardo Gomes, não tendo participado da convenção, concedido qualquer declaração de apoio ou prestigiado qualquer outro evento daquela campanha eleitoral.

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