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Temer comandava PMDB na Câmara, mas valores eram com Padilha e Moreira Franco, diz delator

Claudio Melo Filho, delator da Odebrecht que atuava nas relações do grupo com o Congresso, diz que núcleo político do partido capitaneado por Temer, Eliseu Padilha e Moreira Franco tinham papel semelhante ao de Jucá, Renan e Eunício, no Senado

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Por Julia Affonso , Ricardo Brandt , Luiz Vassallo , Fausto Macedo , Breno Pires , Rafael Moraes Moura e Beatriz Bulla
Atualização:

O presidente da Republica, Michel Temer. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADAO

O executivo da Odebrecht responsável pelos acertos com parlamentares Claudio Melo Filho afirmou à Operação Lava Jato que o presidente Michel Temer era o líder do "núcleo político organizado do PMDB na Câmara dos Deputados.

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"O núcleo político organizado do PMDB na Câmara dos Deputados é historicamente liderado por Michel Temer, atual presidente da República", afirmou o delator, um dos 78 executivos e ex-executivos da Odebrecht que fecharam acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR).

"À semelhança do que ocorre no Senado, esse grupo capitaneado por três nomes: Michel Temer, Eliseu Padilha (atual ministro-chefe da Casa Civil) e Moreira Franco (ministro de estado do atual governo)."

 

O delator disse que Temer "atua de forma muito mais indireta, não sendo seu papel, em regra, pedir contribuições financeiras para o partido, embora isso tenha ocorrido de maneira relevante no ano de 2014". O episódio citado por ele, em outro termo de delação, é o episódio de pedido de contribuição feito ao presidente afastado do grupo, Marcelo Bahia Odebrecht - preso desde junho de 2015 - em reunião no Palácio do Jaburu, em que foi acertado o repasse de R$ 10 milhões para a campanha.

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Temer não é investigado pela Lava Jato, pois a lei impede que presidente em exercício responsa por crimes ocorridos antes de seu mandato. Seu nome, no entanto, aparece na lista de inquéritos abertos com autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava Jato, em vários depoimentos dos delatores.

 

 
 

Dois grupos. "Desde que assumi meu cargo em Brasília, em 2004, sempre vi o PMDB dividido em dois grandes grupo paralelos, que posso caracterizar como o grupo atuante no Senado Federal e o grupo atuante na Câmara dos Deputados."

Melo Filho afirmou ainda em um termo de delação específico sobre a "estrutura de poder e arrecadação do PMDB" que no Senado o "homem de frente" era o senador Romero Jucá (RO), atual líder do governo e presidente nacional do partido.

Segundo o delator, três senadores compunha o "núcleo dominante do PMDB": Romero Jucá, Renan Calheiros e Eunício Oliveira.

COM A PALAVRA, MICHEL TEMER

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O presidente Michel Temer contestou de "forma categórica" qualquer envolvimento de seu nome em negócios escusos.

"(o presidente) Nunca atuou em defesa de interesses particulares na Petrobrás, nem defendeu pagamento de valores indevidos a terceiros", diz o presidente, em nota.

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