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TCU fecha o cerco a parcerias da JBS com o setor público

Tribunal de Contas da União vai priorizar fiscalização dos processos do grupo que mergulhou o governo Temer na pior crise política vivida desde que o peemedebista assumiu o cargo; fraudes em financiamentos de instituições financeiras públicas à JBS são citadas por delatores e investigadas em operações da PF

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Foto do author Fausto Macedo
Por Luiz Vassallo e Fausto Macedo
Atualização:

JBS. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O Tribunal de Contas da União impôs prioridade a processos relacionados às liberações de recursos de bancos públicos à JBS. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira, 24, pelo ministro Raimundo Carreiro. De acordo com o presidente do TCU, as delações premiadas do Grupo, que revelaram diversas fraudes em contratos e financiamentos de instituições estatais, vão ajudar também a esclarecer casos atualmente na pauta do colegiado.

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As informações são do site do Tribunal de Contas da União.

Os relatos de executivos da JBS ao Ministério Público Federal são pivô da crise política que contaminou profundamente o governo Michel Temer, alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal. O peemedebista foi gravado, em conversa às escondidas, em março deste ano, no Palácio do Jaburu, com um dos donos do Grupo, Joesley Batista, na qual ouviu do empresário que o Grupo vinha pagando uma mesada de R$ 50 mil ao procurador da força-tarefa da Operação Greenfield - que investiga fraudes nos fundos de pensão - Ângelo Goulart Vilela. Em ação controlada, seu homem de confiança, o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) foi flagrado pela Polícia Federal recebendo uma mala de R$ 500 mil do executivo Ricardo Saud, que seria parte da propina supostamente em benefício do presidente.

Dentre os crimes confessados por empresários da JBS, além das propinas a agentes políticos, também estão irregularidades junto a instituições financeiras públicas. Parte das irregularidades é alvo de processos no TCU, que tem, em seu horizonte, o julgamento de benefícios do BNDES, da Caixa Econômica Federal, do Fundo de Investimentos do FGTS e dos Fundos de Pensão, ao Grupo JBS. Os contratos também com bancos públicos ainda são alvo das Operações Greenfield, Bullish, Sepsis e Cui Bono, cujas investigações também podem embasar questionamentos e decisões do Tribunal de Contas da União.

Durante da sessão desta quarta-feira, 24, o presidente da Corte, Raimundo Carreiro, chamou atenção para as vantagens indevidas a agentes públicos e políticos, confessadas pelos dirigentes da JBS.

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"Se os fatos são verídicos, precisamos identificar as fragilidades de controle que permitiram tão inúmeras operações sem qualquer alerta", afirmou.

A Corte agora deve fazer um pente fino nas delações premiadas com o fim de identificar informações úteis aos processos em pauta, envolvendo a JBS e instituições financeiras públicas.

Segundo o TCU, o presidente Raimundo Carreiro também 'determinou que, dentro das delações premiadas já realizadas, sejam identificadas informações que possam colaborar com as ações de controle do tribunal.

COM A PALAVRA, A JBS

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da JBS, mas não obteve resposta. O espaço está aberto para manifestação.

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