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Supremo decide hoje se manda Aécio para a prisão

Alvo da Operação Patmos, o tucano é acusado de pedir supostas propinas de R$ 2 milhões à JBS e de obstrução de Justiça por investidas contra o avanço da Operação Lava Jato.

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Por Luiz Vassallo
Atualização:

Aécio Neves e Alexandre de Moraes. Foto: André Dusek/Estadão

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decide nesta terça-feira, 20, se vai acatar ou não pedido de prisão preventiva da Procuradoria-Geral da República contra o senador afastado Aécio Neves. Alvo da Operação Patmos, o tucano é acusado de pedir supostas propinas de R$ 2 milhões de reais à JBS e de obstrução de Justiça por investidas contra o avanço da Operação Lava Jato.

+ Janot pede novo inquérito contra Aécio por 'propina de R$ 60 milhões'

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Segundo Janot, "são muitos os precedentes do Supremo Tribunal Federal que chancelam o uso excepcional da prisão preventiva para impedir que o investigado, acusado ou sentenciado torne a praticar certos delitos enquanto responde a inquérito ou processo criminal, desde que haja prova concreta do risco correspondente".

O advogado de defesa de Aécio, Alberto Zacharias Toron, chegou a protocolar petição para que o pedido de prisão contra o tucano, apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), seja apreciado pelo plenário da Corte e não pela Primeira Turma. Ao solicitar a mudança, ele evocou a 'garantia constitucional' de 'imunidade do mandato parlamentar'. No entanto, o pedido foi negado pelo ministro Marco Aurélio Mello. 

A Primeira Turma, que analisará o pedido de prisão contra Aécio, é formada pelos ministros Marco Aurélio, Luiz Fux, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Este mesmo colegiado já negou o pedido de liberdade de Andrea Neves, irmã do senador, presa desde o dia 18 de maio pela Operação Patmos. O placar foi apertado e terminou em 3 a 2. Barroso, Rosa e Fux votaram pela manutenção da prisão, enquanto Marco Aurélio e Alexandre se manifestaram pela revogação da medida.

Suspeita. Entre as acusações que pesam sobre Aécio no âmbito da delação dos empresários do grupos J&F, está a gravação na qual o tucano pede R$ 2 milhões a Joesley Batista, um dos donos da JBS. Em uma conversa, o tucano aparece pedindo o dinheiro ao empresário sob a justificativa de que precisava pagar despesas com sua defesa na Lava Jato.

A irmã de Aécio, Andrea Neves, teria feito o primeiro contato com o empresário. O tucano indicou seu primo Frederico para receber o dinheiro. Mendherson Souza, assessor de Zezé Perrella (PMDB-MG), teria sido o destinatário das supostas propinas. O dinheiro foi entregue pelo diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, um dos sete delatores da JBS. Ao todo, foram quatro entregas de R$ 500 mil cada uma.

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COM A PALAVRA, AÉCIO NEVES

Nota da defesa do senador Aécio Neves A defesa do senador Aécio Neves reafirma que o dinheiro foi um empréstimo oferecido por Joesley Batista com o objetivo de forjar um crime que lhe permitisse obter o benefício da impunidade penal.

O empréstimo não envolveu dinheiro público e nenhuma contrapartida por parte do senador, não se podendo, portanto, falar em propina ou corrupção.

O senador tem convicção de que as investigações feitas com seriedade e isenção demonstrarão os fatos verdadeiramente ocorridos.

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