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Sérgio Cabral é denunciado pela vigésima vez

Procuradores da Lava Jato do Rio acusam ex-governador do Rio por suposta cobrança de propinas em obras públicas

Por Constança Rezende
Atualização:

Sérgio Cabral. Foto: WILTON JUNIOR/AGENCIA ESTADO/AE

Os procuradores da Lava Jato do Rio denunciaram nesta quinta-feira, 4, mais uma vez, no fim de 2017, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (PMDB) por corrupção. Assim, chegaram a 20 as denúncias contra Cabral (19 no Rio e uma em Curitiba). Desta vez, o peemedebista foi acusado de cobrar propinas em obras realizadas pela construtora Oriente.

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Também foram denunciados o diretor da construtora, Geraldo André de Miranda Santos, o coordenador de licitações Alex Sardinha da Veiga, o ex-secretário de obras, Hudson Braga e o suposto operador do esquema de corrupção Wagner Jordão.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), ao menos entre os anos de 2010 e 2014, por seis vezes, Sérgio Cabral, através de Braga e Jordão, "de forma livre e consciente, em unidade de desígnios, solicitou, aceitou promessa e recebeu vantagem indevida (calculada, como regra geral, em 1% do valor faturado relativo às contratações realizadas) de Alex Sardinha da Veiga e Geraldo Miranda".

Uma das provas foi um e-mail trocado entre Jordão e Sardinha, com o assunto "cálculos", em que menciona expressamente valores de "O2" (taxa de oxigênio, denominação de propina no esquema de Cabral), relacionada a empresa Oriente. A mensagem menciona o faturamento de R$7,7 milhões, em função do qual seria devido o valor de R$77,8 mil referente à taxa do Consórcio Iguaçu, formado pela empresa.

Além disso, planilhas apreendidas, em poder de Sardinha, "apresentam claramente os valores pagos a Hudson Braga, como forma de propina em várias obras contratadas pela empresa Oriente, junto ao Governo do Rio", segundo o MPF. O esquema teria funcionado em obras denominadas "Baixada Litorânea", "Emergência Araruama", "Emergência Saquarema", "Emergência Maricá II" e ainda as obras "Consórcio Iguaçu" e "Consórcio Águas Limpas".

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COM A PALAVRA, A DEFESA DE SÉRGIO CABRAL

"A denúncia se baseia exclusivamente nas palavras de delatores, não apresentando qualquer elemento de prova que possa confirmar a tese da acusação", afirmou o defensor, por WhatsApp. "Sérgio Cabral nunca compactuou e nunca participou, direta ou indiretamente, de qualquer ato de corrupção em seu governo ou fora dele. Caso a denúncia seja recebida, a defesa impetrará um habeas corpus para bloqueá-lá, seja por sua absoluta falta de provas (justa causa), seja pelo emprego abusivo e equivocado da Lei da Delação Premiada.

COM A PALAVRA, A CONSTRUTORA ORIENTE

Uma funcionária da empresa Oriente respondeu por telefone que a construtora está em recesso. Informou ainda que os responsáveis por responder às acusações só poderiam atender à reportagem na próxima segunda-feira.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE HUDSON BRAGA

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O advogado de Hudson Braga, Roberto Pagliuso, disse que não iria se pronunciar sobre as acusações.

COM A PALAVRA, AS DEFESAS DE WAGNER JORDÃO, GERALDO MIRANDA E ALEX SARDINHA

O Estado não conseguiu localizar as defesas de Wagner Jordão, Geraldo André de Miranda Santos e Alex Sardinha da Veiga. O espaço está aberto para manifestação.

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