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'Se tiver dignidade, Assembleia não vai compactuar com isso', desafia Campos Machado

Líder do PTB diz que denúncia da Procuradoria-Geral de Justiça contra Fernando Capez (PSDB) é 'uma loucura incomensurável' e propõe virada de jogo 'contra a ditadura do judiciário'

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Por Luiz Vassallo
Atualização:

Campos Machado Foto: Werther Santana / Estadão

'Uma loucura incomensurável', assim classifica o líder do PTB e um dos principais aliados do governo na Assembleia Legislativa de São Paulo, Campos Machado, à denúncia apresentada contra o deputado Fernando Capez (PSDB) no âmbito da Operação Alba Branca, que investiga desvios em contratos no fornecimento de merenda escolar às escolas paulistas.

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Para o parlamentar, a Casa precisa reagir contra o que chama de 'ditadura do judiciário' e investigadores devem ser convocados para prestar esclarecimentos sobre a condução dos inquéritos.

Capez e outros 8 foram denunciados por supostos desvios de R$ 1,1 milhão em contratos da Secretaria Estadual de Educação com a Cooperativa Agrícola Familiar (COAF) para o fornecimento de suco de laranja. A Operação Alba Branca foi responjsável por desarticular os crimes contra licitação na pasta.

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Campos Machado diz estranhar que a abertura do inquérito tenha se dado em agosto de 2014 e só ter chegado ao conhecimento de Capez em janeiro de 2016. "Onde estava o secretario de Segurança Pública? Quem indicou o (delegado) seccional de Araçatuba?".

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O líder do PTB propõe até mesmo para que o jogo seja virado contra os investigadores da Operação Alba Branca, deflagrada contra desvios em licitações para o fornecimento de merenda escolar ao Estado e a municípios paulistas.

"O que temos que ouvir é as pessoas que realizaram esse inquérito. Eu vou requerer que sejam ouvidos os delegados que conduziram o inquérito, os promotores que assinaram. Eu vou requerer isso. Estou assegurando que vai haver reação da Assembleia porque não existem provas".

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Peça do centrão, mas um dos maiores aliados do governo Alckmin, o líder do PTB, veterano da Casa - elegeu-se em 1990 e, desde então, tem sido reeleito sucessivamente - é um crítico do Ministério Público. Em 2013, mesmo período em que se discutia a polêmica PEC 37, que reduzia o poder de investigação criminal do Ministério Público, ele encampou uma emenda constitucional que prevê excepcional concentração de poderes nas mãos do procurador-geral de Justiça, afastando os promotores da função de investigar por improbidade prefeitos, secretários de Estado e deputados estaduais.

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Para Campos, o pedido de afastamento contra Capez - protocolado pela Procuradoria-Geral de Justiça e negado pelo TJ - é 'o absurdo dos absurdos'. "uma loucura incomensurável. Segundo, o Capez, eu acredito, ele tem aquela maneira de ser, dizem que é um pouco arrogante, mas é um político honesto. O que aconteceu aí é que a presunção da inocência não existe mais. Existe a presunção da culpa. Estamos caminhando para a pior ditadura que existe que é a do judiciário!".

Em 2013, mesmo período em que se discutia a polêmica PEC 37, que reduzia o poder de investigação criminal do Ministério Público, ele encampou uma emenda constitucional que prevê excepcional concentração de poderes nas mãos do procurador-geral de Justiça, afastando os promotores da função de investigar por improbidade prefeitos, secretários de Estado e deputados estaduais.

Para Campos, o pedido de afastamento contra Capez - protocolado pela Procuradoria-Geral de Justiça e negado pelo TJ - é 'o absurdo dos absurdos'. "uma loucura incomensurável. Segundo, o Capez, eu acredito, ele tem aquela maneira de ser, dizem que é um pouco arrogante, mas é um político honesto. O que aconteceu aí é que a presunção da inocência não existe mais. Existe a presunção da culpa. Estamos caminhando para a pior ditadura que existe que é a do judiciário!".

O líder do PTB propõe até mesmo que o jogo seja virado contra os investigadores da Operação Alba Branca, deflagrada contra desvios em licitações para o fornecimento de merenda escolar ao Estado e a municípios paulistas.

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"O que temos que ouvir é as pessoas que realizaram esse inquérito. Eu vou requerer que sejam ouvidos os delegados que conduziram o inquérito, os promotores que assinaram. Eu vou requerer isso. Estou assegurando que vai haver reação da Assembleia porque não existem provas".

"A Assembleia precisa atuar com dignidade, sem medo e em defesa de um poder que tem 150 anos. É um poder amordaçado e tem um poder que quer ser maior que o outro poder. eu fiz questão de falar com você. Eu vou requerer que a Assembleia se posicione contra essa aberração", afirma.

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