PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Satélites 2 mira cúpula do PMDB no Senado

Deflagrada nesta sexta-feira, 28, pela Polícia Federal, operação cumpriu mandados de busca e apreensão contra pessoas ligadas aos senadores peemedebistas Garibaldi Alves Filho (RN) e Romero Jucá (RR), além do ex-presidente José Sarney (AP).

Foto do author Beatriz Bulla
Por Fabio Fabrini , Fabio Serapião e Beatriz Bulla
Atualização:

 

A Operação Satélites 2, deflagrada nesta sexta-feira, 28, pela Polícia Federal, também cumpriu mandados de busca e apreensão contra pessoas ligadas aos senadores peemedebistas Garibaldi Alves Filho (RN) e Romero Jucá (RR), além do ex-presidente José Sarney (AP).

PUBLICIDADE

Os alvos da operação, autorizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), são suspeitos de operacionalizar o recebimento de propinas provenientes da Transpetro, subsidiária da Petrobrás, por integrantes da cúpula do PMDB. As medidas foram autorizadas pelo ministro Edson Fachin, a partir das informações prestadas em delação premiada pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Ele alega ter obtido R$ 100 milhões para o partido quando comandava a companhia.

Estão entre os alvos o ex-presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) Lindolfo Sales, que foi chefe de gabinete de Garibaldi; o ex-assessor de Sarney Amauri Cezar Piccolo; e uma ex-assesora de Jucá. Conforme noticiou o Estado, também foi cumprido mandado em endereço de Bruno Mendes, advogado ligado ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Outro alvo de busca é o ex-senador José Almeida Lima (PMDB), atual secretário de Estado de Saúde de Sergipe.

Segundo Sérgio Machado, os líderes do PMDB recebiam recursos desviados da Transpetro. Ele relatou, por exemplo, que Sarney foi beneficiado com pagamentos entre 2006 e 2014. As propinas teriam sido pagas por meio de doações oficiais e em espécie.

No caso de Garibaldi, ele declarou que, em épocas de eleição, o peemedebista sempre o procurava solicitando dinheiro. O último encontro, de acordo com ele, se deu em 2014, quando o senador era ministro da Previdência. Machado diz ter viabilizado R$ 700 mil para o congressista por meio de contribuições de empreiteiras que tinham contratos com a Transpetro.

Publicidade

Conforme fonte da investigação, também houve mandado de busca e apreensão em endereço do ex-presidente da petroquímica Triunfo, Caio Gorentzvaig. Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), ele disse que foi ameaçado pelo ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa para vender a empresa à Petroquisa, subsidiária da Petrobrás. O esquema beneficiaria a Braskem, da Odebrecht, que mais adiante incorporou a Triunfo.

COM A PALAVRA, O SENADOR GARIBALDI ALVES

Nota à imprensa

O senador Garibaldi Alves Filho informa que oficialmente desconhece qualquer ação a respeito da chamada Operação Satélites, nem a citação do nome de um ex-assessor nesta investigação. Assessoria do senador Garibaldi Filho

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA ANTÔNIO CARLOS DE ALMEIDA CASTRO KAKAY, QUE REPRESENTA SARNEY E JUCÁ

Publicidade

"Sobre a busca e apreensão hoje na casa de pessoas ligadas ao ex-presidente Sarney e ao senador Romero Jucá, a defesa reitera a perplexidade pelo fato de o procurador-geral da República continuar dando credibilidade a um corrupto confesso, que usou a delação, numa relação espúria com o Poder Público, com gravações imorais e ilegais, não só para se livrar da cadeia, mas para livrar também seus cúmplices, seus filhos, em perfeita harmonia de quadrilha familiar. É o melhor, para eles, preservando milhões de libras e euros. É o mais absoluto desvirtuamento do processo penal, valorizar desqualificados, corruptos confessos, para atingir pessoas que detém poder, numa visão rasteira e vulgar para obter o apoio popular e midiático. A investigação sobre possíveis ilícitos, que merecem o apoio de todos os setores da sociedade, não pode se dar com o desprezo absoluto as garantias individuais e com base em delações sem nenhuma credibilidade, salvo a necessidade dos corruptos confessos se livrarem da cadeia."

COM A PALAVRA, O EX-SENADOR ALMEIDA LIMA

O secretário de Saúde de Sergipe deu entrevista nesta sexta-feira e disse desconhecer os motivos da ação em sua residência, na qual foram apreendidos documentos e mídias. "É uma ação cautelar inicial, de busca de provas. Não estou sendo declarado indiciado por ninguém, não estou sendo processado. Não tenho de produzir nenhuma prova e muito menos defesa", afirmou, conforme vídeo de declarações à imprensa sergipana, enviado por sua assessoria.

COM A PALAVRA, O SENADOR RENAN CALHEIROS (PMDB)

O senador Renan Calheiros afirma estar tranquilo em relação à operação Lava Jato, porque tem certeza de que não cometeu qualquer irregularidade.

Publicidade

A tentativa de ligar Bruno Mendes a atos ilegais é inócua porque o profissional sempre atuou em conformidade com as leis.Bruno é um advogado digno, respeitado e renomado, que presta relevantes serviços jurídicos ao PMDB.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO LUÍS HENRIQUE MACHADO, DEFENSOR DE BRUNO MENDES

Por meio de nota de esclarecimento, o advogado Luís Henrique Machado, constituído pelo advogado Bruno Mendes, informou que o pedido de busca já havia sido 'incisivamente indeferido pelo ministro Teori Zavascki no ano passado'. "Não existia qualquer indício ou notícia de prática ilícita envolvendo o advogado", assinala Luís Henrique Machado, do escritório Machado Ramos & Von Glehn Advogados.

Machado destaca que na operação deflagrada nesta sexta-feira, 28, a Polícia Federal 'não localizou, identificou ou apreendeu nenhum objeto de valor, como dinheiro em espécie, obras de arte ou joias que pudessem aparentar origem suspeita ou resultado de conduta ilícita'.

LEIA A INTEGRA DA NOTA DE ESCLARECIMENTO DO ADVOGADO LUÍS HENRIQUE MACHADO

Publicidade

"Diante do pedido de busca e apreensão realizado, nesta sexta-feira, no escritório de advocacia de Bruno Mendes vale esclarecer:

Pedido de natureza semelhante já havia sido incisivamente indeferido pelo Ministro Teori Zavascki no ano passado, pois não existia qualquer indício ou notícia de prática ilícita envolvendo o Advogado.

Na operação realizada hoje pela Polícia Federal, não foi localizado, identificado ou apreendido, nenhum objeto de valor, como dinheiro em espécie, obras de arte ou joias que pudessem aparentar origem suspeita ou resultado de conduta ilícita. Basicamente foram recolhidas cópias relativas à defesa de clientes, rascunhos de discursos e cartões de visita."

Tudo isso demonstra que não há nenhuma evidência ou participação do advogado nos fatos investigados.

Luís Henrique Machado, advogado de Bruno Mendes Escritório: Machado Ramos & Von Glehn Advogados

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.