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Roberto Troncon deixa PF em São Paulo

Desde maio de 2011 no comando de uma das mais notórias superintendências da corporação, delegado foi nomeado adido no Reino Unido e deverá ser substituído por Disney Rosseti, adido em Roma

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Por Redação
Atualização:

Superintendente da PF em São Paulo, Roberto Troncon, fala sobre a preocupação da entidade com crimes do colarinho branco. Foto: Divulgação Polícia Federal

Por Andreza Matais, de Brasília, e Fausto Macedo, de São Paulo

O delegado Roberto Ciciliati Troncon Filho, superintendente regional da Polícia Federal em São Paulo, foi nomeado adido policial na Embaixada do Brasil no Reino Unido. Ele ficará em Londres durante três anos. Deverá assumir o comando da PF em São Paulo o delegado Disney Rosseti, adido da PF em Roma.

Disney Rosseti. Foto: Sindipol/DF

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A Superintendência Regional em São Paulo é uma das mais importantes unidades da PF no País, onde se concentra o maior efetivo e base de emblemáticas operações contra o colarinho branco, crime organizado, delitos financeiros, contrabando, narcotráfico e crimes ambientais. Troncon foi sucedido temporariamente por Carlos Tadeu Tasso, delegado Regional Executivo, que fica no posto máximo nos próximos dois meses.

Na carreira há 20 anos e desde maio de 2011 no posto de chefe da superintendência da PF em São Paulo, Roberto Troncon é apontado como um dos quadros mais competentes da instituição. Ele passou por cargos estratégicos da PF - foi diretor de Combate ao Crime Organizado, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e a Lavagem de Dinheiro em São Paulo, chefe da Delegacia Especial no Aeroporto Internacional de São Paulo, Guarulhos, entre outras funções.

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No início do primeiro governo Dilma Rousseff (PT), em 2011, Troncon foi cotado para ocupar o topo da instituição como diretor-geral da PF. O escolhido foi o delegado Leandro Daiello Coimbra, que permanece no posto até hoje.

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Sob a gestão Troncon a PF desencadeou investigações espetaculares, como a Operação Porto Seguro - sobre suposto esquema de venda de pareceres técnicos de órgãos públicos federais -, em novembro de 2012. A Porto Seguro atribuiu formação de quadrilha, tráfico de influência e corrupção passiva à ex-chefe do Gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, indicada para o cargo em 2003 por seu amigo, o então presidente Lula. No processo, Rose negou a prática de ilícitos.

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Troncon é respeitado por seus pares, prestigiado entre juristas, advogados, procuradores e juízes, e conhecido pela enfática defesa da autonomia e independência da instituição. Ele já sugeriu à PF o formato de uma autarquia, inclusive com orçamento próprio para evitar interferências políticas. "A Polícia Federal é uma organização de Estado e não de governo", prega Troncon, frequentemente.

Ele afirma que a PF construiu 'um dogma de investigar o humilde e o poderoso'. Em novembro de 2014, pela primeira vez na história da corporação, delegados da PF elegeram uma lista com três nomes como sugestão à Presidência da República para eventual sucessão de Leandro Daiello Coimbra no segundo mandato Dilma Rousseff. Troncon estava na lista tríplice, mas o governo manteve Daiello no posto de número 1 da instituição.

O provável sucessor de Troncon no comando da PF em São Paulo, delegado Diney Rosseti, também exibe um currículo com passagens por setores decisivos da corporação - antes de se tornar adido em Roma, ele foi superintendente da PF em Brasília e diretor da Academia Nacional de Polícia, a famosa escola da PF.

Ex-delegado da Polícia Civil de Minas Gerais, Rosseti ingressou na PF em janeiro de 1999, lotado inicialmente na Superintendência no Mato Grosso, onde chefiou o Núcleo de Combate ao Crime Organizado. Posteriormente ele trabalhou na Divisão de Operações de Inteligência Policial e na Divisão de Contra-Inteligência Policial da Diretoria de Inteligência, em Brasília.

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Disney Rosseti é instrutor da disciplina de operações de inteligência, nos cursos de formação da Academia e da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência).

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