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Renan pegou propina de US$ 6 mi, afirma Cerveró à Justiça

Presidente do Senado, onde chegou o processo de impeachment de Dilma, teria recebido valores ilícitos por meio do lobista Jorge Luz, segundo ex-diretor de Internacional da Petrobrás

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Foto do author Fausto Macedo
Por Mateus Coutinho , Ricardo Brandt e Fausto Macedo
Atualização:

Renan Calheiros. Foto: Ed Ferreira/Estadão.

O ex-diretor Internacional da Petrobrás e delator da Lava Jato Nestor Cerveró disse em depoimento ao juiz Sérgio Moro nesta segunda-feira, 18, que o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) recebeu propina de US$ 6 milhões por meio do lobista Jorge Luz, apontado como um dos operadores de propinas na Petrobrás, referentes a um contrato de afretamento do navio-sonda Petrobrás 10.000.

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"(Jorge Luz) foi o operador que pagou os US$ 6 milhões da propina da sonda Petrobrás 10.000, foi o encarregado de pagar ao senador Renan Calheiros", disse o delator ao ser questionado pela defesa de Salim Schahin sobre a atuação de Jorge Luz em relação às propinas recebidas por Cerveró. A propina teria sido repassada na época da contratação do navio-sonda, em 2006.

Neste momento da audiência, que envolveu acusações ainda sob investigação contra uma autoridade com prerrogativa de foro, o juiz Sérgio Moro interrompeu Cerveró e pediu para o delator comentar apenas o que tinha pertinência com a ação penal na qual ele depôs nesta tarde. O ex-diretor falou na ação em que é acusado de favorecer a Schahin na contratação para a operação de um navio-sonda da Petrobrás como uma forma de quitar a dívida do PT de R$ 12 milhões com o banco Schahin.

VEJA O TRECHO DO DEPOIMENTO EM QUE CERVERÓ CITA A PROPINA PARA RENAN CALHEIROS:

Renan Calheiros é hoje o responsável por ditar o ritmo do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff após a Câmara aprovar a continuidade do procedimento.A acusação contra o senador na delação de Cerveró foi revelada pelo Estado em dezembro do ano passado e confirmada pelo delator nesta tarde em seu primeiro depoimento após fechar um acordo de delação premiada.

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COM A PALAVRA, O PRESIDENTE DO SENADO, RENAN CALHEIROS (PMDB-AL)

Por meio de sua assessoria de imprensa, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou as "as imputações".

Renan "reafirma que já prestou as declarações necessárias, mas está à disposição para quaisquer novos esclarecimentos".

 

 

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