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Raquel vê inconstitucionalidade em MP que deu status de ministro a Moreira Franco

Em parecer ao STF, procuradora-geral aponta problema em reedição de medida provisória, depois convertida em lei

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Por Beatriz Bulla/BRASÍLIA
Atualização:

Moreira Franco. Foto: Fabio Motta/Estadão

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal parecer no qual sustenta que é inconstitucional a Medida Provisória que deu status de ministro a Moreira Franco, um dos aliados mais próximos do presidente Michel Temer. A MP 782 foi editada em maio e convertida em lei. O texto cria e dá status de ministério à Secretaria-Geral da Presidência da República e ao Ministério dos Direitos Humanos.

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Em manifestação encaminhada ontem, 14, a procuradora-geral aponta que a MP, editada em maio, é uma reprodução de texto de mesmo teor editado em fevereiro e revogado pela presidência da República. Segundo Raquel, houve uma "ofensa à sistemática de processamento" do texto, pois a Constituição impede a reedição de MP que tenha perdido a eficácia numa mesma sessão legislativa.

A PGR argumenta que a intenção da Constituição é evitar "reedições abusivas" de medida provisória por parte do presidente da República.

"Embora a MP 782/2017 tenha conteúdo mais abrangente que a MP 768/2017, o texto desta foi reproduzido por aquela, de sorte que é evidente a reedição de seu objeto", escreveu Raquel Dodge.

A MP 782 foi convertida em lei, mas, segundo Raquel, isso não afasta os "vícios de inconstitucionalidade" presentes na tramitação do texto.

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A medida provisória foi questionada no STF pelo antecessor de Raquel, o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A ação está sob relatoria da ministra Rosa Weber.

Raquel Dodge ainda argumenta que é 'flagrante a ausência de urgência de medida provisória que revoga a anterior e reedita seu conteúdo'.

 

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