Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Raquel pede arquivamento de investigação contra Valdir Raupp

Procuradora-geral da República concluiu que não houve contatos telefônicos diretos entre o grupo do senador e sócios de uma construtora

PUBLICIDADE

Por Rafael Moraes Moura e Amanda Pupo/ BRASÍLIA
Atualização:

O senador Valdir Raupp (PMDB-RO). FOTO:DIDA SAMPAIO/ESTADAO Foto: Estadão

Em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu o arquivamento de um inquérito que investiga o senador Valdir Raupp (MDB-RO) no âmbito da Operação Lava Jato. O processo apura suspeitas de que o emedebista intermediou negócios da Construtora Brasília Guaíba com a Petrobrás em troca da obtenção de vantagem indevida.

PUBLICIDADE

A suposta atuação de Raupp para favorecer a Construtora Brasília Guaíba em futuras contratações com a Petrobrás foi apontada na delação premiada de Fernando Baiano, apontado como operador de propinas.

O inquérito também foi instaurado com base nas delações premiadas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. Segundo Costa, em troca de sua permanência ao cargo de diretor de Abastecimento da Petrobrás, propina era paga a representantes do MDB, entre eles Valdir Raupp.

Youssef também destacou que Raupp teve "ativa participação" na manutenção de Paulo Roberto Costa na diretoria de abastecimento da Petrobrás e, em troca de apoio, passou a receber uma parcela das "comissões" relativas a contratos da estatal. Fernando Baiano seria responsável por intermediar pagamentos.

Em sua manifestação, Raquel Dodge destaca que, a partir da quebra de sigilo telefônico envolvendo os investigados, chegou-se à conclusão de que não houve contatos telefônicos diretos entre o grupo de Valdir Raupp (composto pelo senador e seus assessores) com sócios da Construtora Brasília Guaíba.

Publicidade

Além disso, a Petrobrás informou não haver registro de contratação da construtora com a estatal.

A procuradora-geral da República ressaltou ainda que a Construtora Brasília Guaíba não realizou doações em favor do senador ou em favor do diretório regional do MDB em Rondônia ou do diretório nacional do partido.

"Embora esteja provado que Valdir Raupp agiu para que a Brasília Guaíba tivesse acesso à Petrobras e pudesse apresentar seu projeto, não restou provado qualquer promessa ou efetivo pagamento de vantagem indevida em troca desta interferência", afirmou Raquel Dodge.

"Nesse contexto, não se verificam elementos suficientes que possam fundamentar a continuidade do inquérito e, por mais forte razão, a propositura de uma ação penal", concluiu a procuradora-geral da República, em manifestação assinada no dia 27 de abril.

COM A PALAVRA, RAUPP

Publicidade

Procurado pela reportagem, o gabinete do senador Valdir Raupp não havia se manifestado até a publicação deste texto.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.