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Raquel Dodge e a Lava Jato

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Por Fausto Macedo e Por Fabio Serapião
Atualização:
Raquel Dodge. Foto: ANDRE BORGES/ESTADAO

A primeira pergunta após a escolha da subprocuradora Raquel Dodge para a cadeira de Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República é: o que muda na Lava Jato? Embora não seja alinhada a Janot, mais que isso faz oposição a ele, em entrevista ao Estado no início da campanha, Raquel afirmou que manterá a equipe do grupo de trabalho da PGR com atuação no Supremo Tribunal Federal - a instância que julga políticos com foro privilegiado.

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Ela disse, ainda, que pretende ampliar o elenco de procuradores da Lava Jato, defendeu a imunidade para os delatores - desde que proporcional ao alcance da colaboração - e que irá manter a estrutura de assessorias no gabinete.

O fato é que, enquanto o primeiro da lista tríplice levada a Temer - o subprocurador-geral Nicolao Dino - era visto com uma certeza da continuidade de um modelo de trabalho desenvolvido por Janot, em especial em grandes missões como a Lava Jato, a escolhida de Temer é uma incógnita. Mas quando assumiu pela primeira vez, em 2013 (governo Dilma), Janot também não era conhecido e muitos se surpreenderam com sua atuação - para o bem e para o mal.

Raquel tem um histórico de atuação e conhecimento do andamento de processos sensíveis. Ela atuou na Caixa de Pandora, operação que flagrou o então governador do DF José Roberto Arruda pegando propina.

Nessa investigação, como na Operação Patmos - desdobramento da delação da JBS que pega o presidente Michel Temer -, áudios gravados por um investigado foram submetidos a um tenso debate sobre sua legalidade. Raquel também atuou na equipe que processou criminalmente Hildebrando Paschoal e o Esquadrão da Morte.

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Mestre em Direito pela Universidade de Harvard e no MPF desde 1987, Raquel Dodge terá de se equilibrar entre as pressões do jogo político de Brasília e as tensões dos grandes casos de corrupção envolvendo políticos.

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