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Quadrilha usou nome de vítima de acidente aéreo para fraudar compras na internet

Operação Código Reverso, deflagrada nesta quarta-feira, 21, identificou que um operador do esquema usou documentos falsos de um homem morto em 1996 para adquirir televisores no montante de R$ 19.751,75

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Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso e Fausto Macedo
Atualização:

 Foto: Estadão

O esquema alvo da Operação Código Reverso, deflagrada nesta quarta-feira, 21, usou o nome de uma vítima de um acidente aéreo para fraudar compras na internet. Os investigadores identificaram que um operador do esquema usou o documento falso de um homem que morreu no desastre do voo 402, da TAM, em 31 de outubro de 1996, em São Paulo.

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Documento

DECISÃO

As informações constam da decisão do juiz federal João Paulo Abe, 4.ª Vara Federal de Palmas (TO), que abriu a operação. O magistrado mandou prender preventivamente o falsificador e outros seis investigados.

A Código Reverso identificou que o esquema usava 'programas maliciosos' para acessar computadores remotamente. O grupo fazia transações bancárias eletrônicas fraudulentas como pagamentos, transferências e compras pela internet, burlando os mecanismos de segurança dos bancos, e gerando prejuízos da ordem de R$ 10 milhões só nos últimos 9 meses.

O falsificador comprou R$ 19.751,75 em televisões na Magazine Luiza, com dois boletos bancários - um de R$ 7.351,94 e outro de R$ 12.399,81 - em nome da vítima do acidente da TAM. A loja informou aos investigadores que o falsificador pagou os televisores com recursos de contas bancárias de terceiros em 30 e também em 31 de outubro do ano passado.

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A operação apurou que o falsificador também usou o nome da vítima do acidente aéreo para equipamentos eletrônicos na empresa B2W, controladora das Lojas Americanas, do Shoptime e do Submarino.

OPERAÇÃO. Segundo a PF, mais de 100 policiais federais foram às ruas cumprir 43 mandados judiciais expedidos pela 4ª Vara da Justiça Federal em Palmas: sete de prisão preventiva, um de prisão temporária, 11 de intimação e 24 de busca e apreensão.

A investigação, realizada pelo Grupo de Repressão a Crimes Cibernéticos, chegou a um grupo de hackers com conexões internacionais, inclusive criminosos cibernéticos do leste europeu.

"Os membros dessa organização apresentam alto padrão de vida e se utilizam, inclusive, de diversas empresas de fachada para movimentar e ocultar os valores obtidos por meio das atividades criminosas, investindo grande parte das vantagens ilícitas em moedas virtuais como a bitcoin, realizando lavagem de dinheiro", informou a Federal.

A Justiça determinou a indisponibilidade de bens móveis e imóveis e o bloqueio das contas bancárias dos investigados, inclusive de moedas virtuais (BITCOIN).

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Além dos presos, também estão sendo intimadas a prestar esclarecimentos diversas pessoas com participação nas fraudes, inclusive empresários que procuravam os criminosos com a finalidade de obter vantagem competitiva no mercado e prejudicar a livre concorrência, e receber descontos de cerca de 50 % para quitar os seus impostos, pagar contas e realizar compras, através de pagamentos feitos pelos criminosos em prejuízo à milhares de contas bancárias de diversas instituições bancárias.

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A operação, que representa o primeiro passo da operacionalização da renovação do Acordo de Cooperação Técnica entre a Polícia Federal e Febraban na repressão das fraudes bancárias eletrônicas, é também resultado do trabalho em conjunto com as equipes de prevenção às fraudes dos bancos Caixa, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander.

Os criminosos devem responder pelos crimes de associação criminosa, falsificação de documento público e de uso de documento falso; furto qualificado, além do crime de lavagem de capitais. Somadas as penas podem chegar a mais de 30 anos de prisão.

O nome da operação faz referência ao caminho inverso utilizado pela investigação para realizar o mapeamento da fraude.

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