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Propina de Aécio na Cidade Administrativa foi de R$ 5,2 milhões, dizem delatores

Segundo executivo da Odebrecht, durante reunião no Palácio das Mangabeiras, sede do governo de Minas, tucano 'o comunicou que havia decidido pela participação da empreiteira na obra antes mesmo da licitação'

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Por Fabio Fabrini
Atualização:

Aécio Neves. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Delatores da Odebrecht afirmaram à Procuradoria-Geral da República (PGR) que, por determinação do senador Aécio Neves (PSDB), então governador de Minas Gerais, a empresa pagou propina de R$ 5,2 milhões na construção da Cidade Administrativa - nova sede do governo do Estado, erguida na gestão do tucano.

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O ex-diretor de Infraestrutura da empreiteira, Benedicto Júnior, contou que, numa reunião no início de 2007, no Palácio das Mangabeiras, Aécio o comunicou que havia decidido pela participação da Odebrecht na obra, antes mesmo de a licitação ocorrer.

Nesse encontro, o tucano teria indicado Oswaldo Borges, seu contraparente e então presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), para "acertar tudo a respeito". A partir daí, a Odebrecht indicou seu superintendente em Minas, Sérgio Luiz Neves, para tratar de pagamentos e combinar as fraudes ao processo de concorrência.

A Odebrecht levou o lote 2, de R$ 360 milhões, em consórcio com a Queiroz Galvão e a OAS. Houve reuniões entre os empreiteiros escolhidos previamente para a obra, segundo ele, para tratar de detalhes da licitação e da desclassificação de concorrentes indesejados.

A Odebrecht, sozinha, faturou cerca de R$ 90 milhões com a Cidade Administrativa e teria repassado os R$ 5,2 milhões em propinas para Aécio por meio de vários pagamentos a seus intermediários. Alguns deles, segundo Benedicto, foram feitos diretamente a Oswaldo Borges na concessionária Minasmáquinas, de propriedade dele.

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COM A PALAVRA, AÉCIO NEVES

Em nota divulgada nesta quarta-feira, 12, a assessoria de Aécio Neves afirmou que o senador "manteve diversos contatos sociais com o então presidente da Odebrecht, não tendo nunca solicitado doação de recursos originados de caixa 2". Nesta terça, 11, a assessoria disse: "É falsa e absurda a acusação de que o senador Aécio Neves teria participado de algum ato ilícito envolvendo a Cidade Administrativa de Minas Gerais. O edital de licitação foi apresentado previamente ao Ministério Público Estadual e ao Tribunal de Contas do Estado. Todas as etapas das obras executadas foram acompanhadas pelos órgãos de fiscalização do Estado e auditadas por uma empresa técnica independente, contratada via licitação pública."

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