Ao pedir a prisão de amigos do presidente Michel Temer, a Procuradoria da República no Distrito Federal ressaltou o possível 'risco' de o emedebista, por meio do homem da mala Rodrigo Rocha Loures, intervir na Caixa Econômica Federal. A petição foi rejeitada pelo juiz Marcus Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal de Brasília. Ex-assessor do presidente, ele foi flagrado em ação controlada da PF na Operação Patmos pegando R$ 500 mil em dinheiro vivo de delator da J&F.
A Procuradoria chegou a pedir também as prisões do ex-assessor do presidente Michel Temer, Jose Yunes, e do amigo do emedebista, coronel João Batista Lima Filho.
Ao pedir cárcere por tempo indeterminado para Rocha Loures, o Ministério Público Federal afirmou ver no homem da mala 'risco concreto e atual de atuação no interesse da organização criminosa, sobretudo no âmbito da Caixa Econômica Federal, cujos vice-presidentes foram apenas parcialmente destituídos, ao contrário de recomendação expedida pelo Ministério Público Federal'. "Ressalte-se que a instituição financeira ainda não selecionou dirigentes a partir de processo de seleção técnica e profissional, como recomendado".
"Portanto, persiste o risco de ingerência indevida na Caixa Econômica Federal pelo líder da organização criminosa, Michel Temer, por meio de Rocha Loures, comprovadamente seu emissário nesta e em outras instituições públicas para fins escusos", afirma a força-tarefa Greenfield.
Ao rejeitar o pedido, o magistrado disse que não há provas de que haja crimes sendo cometidos atualmente pelos investigados.
"Afirmar que a anunciada candidatura de Michel Temer à Presidência da República importe na permanência da empresa criminosa de ilícitos penais por parte dos requeridos demanda a indicação de fatos atuais (contemporâneos) nesse sentido, circunstância que não se verificou", anotou o magistrado.
COM A PALAVRA, MICHEL TEMER
"Todas as atribuições do coronel João Batista Lima em campanhas do presidente Michel Temer sempre foram pautadas pela legalidade, lisura e correção. Michel Temer foi presidente de partido político, obediente as leis e regras da legislação brasileira".