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Procuradoria faz mais três denúncias contra parceiros da Máfia Italiana

Cocaína era enviada à Ndrangheta em navios de carga pelo Porto de Santos (SP)

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Por Fausto Macedo
Atualização:

O Ministério Público Federal em Santos apresentou à Justiça mais três denúncias criminais contra integrantes de uma quadrilha internacional de tráfico de drogas desmantelada em março pela Operação Monte Pollino.

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Em um ano, a Polícia Federal apreendeu 1,3 tonelada de cocaína que seria exportada pelo bando à Europa via Porto de Santos.

Parte do grupo já havia sido denunciada à Justiça em maio. Agora, o Ministério Público Federal quer a instauração de ações penais contra os envolvidos em três negociações monitoradas durante a investigação.

Segundo o MPF, os denunciados integram uma ampla rede criminosa, com ramificações em diversos países e ligações com a máfia italiana Ndrangheta.A apuração começou em fevereiro de 2013, quando a Justiça italiana emitiu comunicado às autoridades brasileiras sobre a atuação da quadrilha.

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Auditor que atua no Porto de Santos é alvo do MPF. Foto: Werther Santana/Estadão

Formalizada a colaboração entre as polícias e os Ministérios Públicos dos dois países, confirmou-se inicialmente a existência da organização criminosa, que adquiria cocaína principalmente de produtores no Peru, transportava o entorpecente até o Porto de Santos, no litoral paulista, e fazia as remessas em navios de carga ao continente europeu, sobretudo para a Itália.

Em abril de 2013, a organização enviou 80 quilos da droga ao porto de Gioia Tauro, na região da Calábria, na Itália. A ação serviu para testar a eficiência da exportação em navios, ao final considerada bem sucedida. A interceptação legal de mensagens de celular levou à identificação de seis envolvidos no negócio, entre eles um comprador italiano e a mulher responsável pela gestão financeira da quadrilha, citados em uma das novas denúncias.

Outro procedimento lista três pessoas que participaram diretamente da remessa de 269 quilos de cocaína para o Porto de Antuérpia, na Bélgica, em maio do ano passado. O carregamento foi apreendido ainda em Santos. Dias antes, a Receita Federal havia retido US$ 460 mil no aeroporto de Guarulhos, em posse de duas pessoas encarregadas de efetuar o pagamento da droga. A partir da troca de mensagens, os investigadores acompanharam a movimentação da quadrilha e chegaram aos tabletes, escondidos em oito malas no interior de um contêiner.

A terceira denúncia refere-se ao esquema desmantelado em agosto de 2013, quando um homem foi preso em flagrante com 61,5 quilos de cocaína em sua casa em Praia Grande, no litoral paulista. A droga, que estava em um carro, pertencia aos chefes da quadrilha e seria enviada à Europa. As interceptações telefônicas apontam que seis pessoas, entre elas um boliviano e um sérvio, participaram das transações que culminaram com a prisão.

Quando deflagrada a Operação Monte Pollino, os mandados de prisão e de busca foram cumpridos no Brasil e em oito países simultaneamente. Ao longo da investigação, 18 pessoas foram presas.

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