Por Julia Affonso
O Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul ajuizou uma ação contra a Prefeitura de Dourados, cidade no sul do estado, e o atual prefeito Murilo Zauith (PSB-MS) por improbidade administrativa. O administrador é acusado de omissão na gestão da educação escolar indígena, que deixou mais de 600 crianças fora das salas de aula nas aldeias do município.
A Procuradoria afirma que documentos encaminhados pela própria prefeitura reconhecem a superlotação das escolas e a ausência de vagas. Segundo o MPF, em 2012, o Executivo apresentou um projeto de construção de cinco salas de aula na escola indígena Tengatui Marangatu. A proposta não saiu do papel.
Além da falta de vagas, a procuradoria informa que os estudantes que conseguem se matricular nas escolas municipais convivem com uma infraestrutura precária. Professores encaminharam fotografias das escolas abandonadas, com salas improvisadas em bibliotecas, superlotadas e alagadas em dias de chuva. Em uma das imagens, é possível ver alunos sentados em mesas do lado de fora da escola.
Dourados fica a 220 quilômetros da capital Campo Grande e a 120 quilômetros da fronteira com o Paraguai. O município tem cerca de 210 mil habitantes.
COM A PALAVRA, A PREFEITURA DE DOURADOS.
A assessoria de imprensa do Executivo informou que foi notificada e está se inteirando do teor da ação. Segundo o órgão, o setor jurídico da Prefeitura está elaborando a defesa do Executivo.