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Procuradoria acusa auditor da Receita por enriquecimento ilícito

Ação revela que fiscal remeteu valores para o exterior por meio de doleiros; Justiça pode decretar bloqueio de bens

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Por Fausto Macedo
Atualização:

O Ministério Público Federal em São Paulo entrou com ação por improbidade administrativa contra um auditor fiscal da Receita Federal. Ele é acusado de enriquecimento ilícito nos anos de 1999 e 2002, quando teria recebido respectivamente R$ 131,5 mil e R$ 73 mil de maneira irregular. Em valores atualizados, o montante chega a R$ 511 mil, informa o site do MPF em São Paulo.

A ação, distribuída para a 10.ª Vara Federal Cível da Capital, é subscrita pela procuradora da República Thaméa Danelon.

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Segundo o MPF, o número para consulta processual é 0011568-36.2014.4.03.6100.

O site da Justiça Federal mostra que o réu da ação por improbidade é João Ronaldo dos Santos Matheus. Ele não foi localizado para se manifestar sobre a ação.

O auditor foi alvo de diversas investigações que identificaram acréscimos patrimoniais incompatíveis com sua renda. Durante um procedimento disciplinar em 2006, constatou-se que ele havia remetido US$ 100 mil a uma conta bancária em Nova York, em 1999.

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Dados da Polícia Federal mostram que ele era um dos clientes dos doleiros envolvidos no caso Banestado, esquema bilionário de envio ilegal de divisas ao exterior entre 1996 e 2002.

O Ministério da Fazenda cassou, em junho do ano passado, a aposentadoria por invalidez concedida ao servidor em 2011. A decisão atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

Segundo o site do Ministério Público Federal, apesar de não haver comprovação sobre os atos específicos que levaram ao enriquecimento ilícito, a Lei de Improbidade Administrativa presume a ilegitimidade dos ganhos quando constatadas irregularidades na evolução patrimonial do agente público.

Com base nessa previsão, o Ministério Público Federal pede que o auditor seja condenado à devolução dos valores obtidos ilegalmente e ao pagamento de multa equivalente a três vezes esse total, num total de R$ 2,044 milhões.

A Procuradoria da República requereu à Justiça Federal que determine, em liminar, o bloqueio dos bens do réu no mesmo valor do ressarcimento e da multa.

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