O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta segunda-feira, 4, que se a delação da JBS for rescindida, as provas entregues pelos executivos do grupo não serão anuladas.
Segundo Janot, o áudio que chegou ao conhecimento da Procuradoria na quinta-feira às 19 horas revela uma conversa entre dois colaboradores que, 'aparentemente, não sabiam que estavam sendo gravados'.
"Se ficar provada qualquer ilicitude, o acordo de delação será rescindido. Eventual rescisão do acordo não invalida as provas até então oferecidas".
"A revisão do acordo pode levar à rescisão (do acordo), mas não anula as provas", afirma Janot. "Os indícios são gravíssimos. O resultado pode ser a rescisão com a perda total da premiação sem prejuízo das provas apresentadas."
COM A PALAVRA, A J&F A defesa dos executivos da J&F junto ao Ministério Público Federal informa que a interpretação precipitada dada ao material entregue pelos próprios executivos à Procuradoria-Geral da República será rapidamente esclarecida, assim que a gravação for melhor examinada.
Conforme declarou a própria PGR, em nota oficial, o diálogo em questão é composto de "meras elucubrações, sem qualquer respaldo fático". Ou seja, apenas cogitações de hipóteses -- não houve uma palavra sequer a comprometer autoridades.
É verdade que ao longo do processo de decisão que levou ao acordo de colaboração, diversos profissionais foram ouvidos -- mas em momento algum houve qualquer tipo de contaminação que possa comprometer o ato de boa-fé dos colaboradores.