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Presidente da Petrobrás critica 'quadrilha' da antiga gestão

Pedro Parente se diz 'confortável' no cargo, mesmo em meio à crise de credibilidade que atinge o governo federal

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Por Julio Cesar Lima
Atualização:

O presidente da Petrobrás, Pedro Parente, com a força-tarefa da Lava Jato / Foto: Ascom/PRPR

O presidente da Petrobrás, Pedro Parente, disse que está confortável em seu cargo, mesmo em meio à crise de credibilidade pela qual passa o governo federal e o presidente Michel Temer. Em um discurso duro contra o que chamou de "quadrilha" que provocou prejuízos à estatal, Parente afirmou que trata apenas de assuntos ligados à estatal e que se sente "confortável" no cargo.

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"Tenho total autonomia que nenhum outro presidente teve. O que diz respeito a Petrobrás o apoio tem sido incondicional, para fazer o que precisa ser feito e fazer certo, minhas palavras tem a ver com a indignação pessoal como brasileiro contra qualquer iniciativa que possa constranger a busca e a identificação de atos corruptos em nosso país", afirmou.

Anteriormente, o presidente havia chamado de 'quadrilha' alguns dos antigos administradores e políticos que estiveram no comando da estatal. "São recursos recuperados pela empresa que foi roubada pela quadrilha que lá operava", disse.

Parente participou de uma cerimônia na sede do Ministério Público Federal (MPF), em Curitiba (PR), na qual foram entregues simbolicamente R$ 653,9 milhões desviados em casos de corrupção, para os cofres da Petrobrás. Com isso, o total de recursos devolvidos para a Petrobrás desde o início da Operação Lava-Jato chega a R$ 1,4 bilhão e o valor total pode chegar a R$ 10,8 bilhões.

Essa foi a décima devolução de recursos à Petrobrás desde maio de 2015 e o anúncio foi feito durante coletiva de imprensa realizada pela manhã na sede do MPF, em Curitiba (PR). Os recursos são originados de acordos de colaboração e de leniência com executivos das empresas Andrade & Gutierrez, Camargo Correia, Braspen e Carioca e SOG.

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Parente falou sobre parcerias com as autoridades e dos investimentos em programas ambientais e de outras naturezas por conta dos recursos recuperados. O presidente ressaltou que a Petrobras, entre todas as empresas envolvidas nos casos de corrupção, foi a única que não se beneficiou. "A Petrobras não se beneficiou de nenhum novo contrato, nenhuma nova obra, não teve nenhuma vantagem, somos a única vítima", analisou.

Para ele, a empresa está sendo passada a limpo. "A Petrobrás vem fazendo seu dever de casa, temos uma empresa totalmente diferente", disse, citando alterações realizadas no âmbito administrativo.

O coordenador da Força-Tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, disse que a Operação precisa continuar e ser fortalecida. "Essa é uma parte pequena do que está por vir se as investigações permanecerem. Os corruptos não representam a Petrobras" , comentou.

Segundo ele, a Operação atua como em 'um deserto' onde 'a regra no Brasil é não recuperar recursos para os cofres públicos'.

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