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PF quer transferência dos presos da Lava Jato para presídio do Estado do Paraná

Empreiteiros, doleiros e ex-diretores da Petrobrás estão detidos na custódia da Polícia Federal em Curitiba, base da Operação Lava Jato; alguns estão presos desde março de 2014

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Por Redação
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Por Andreza Matais e Beatriz Bulla

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Atualizado às 22h03

BRASÍLIA - A Polícia Federal solicitou ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na Justiça Federal do Paraná, que 14 presos envolvidos no esquema de corrupção na Petrobrás sejam transferidos da superintendência da PF em Curitiba para o sistema carcerário estadual. No ofício, a PF justifica que novas prisões podem ocorrer com os desdobramentos da investigação o que tornará "inviável" custodiá-los.

Atualmente, 19 presos da Operação Jato estão na superintendência da PF em Curitiba. A PF solicita que os executivos da UTC/Constran, OAS, Mendes Junior, Engevix e Galvão Engenharia; além dos ex-diretores da Petrobrás Renato Duque e Nestor Cerveró sejam transferidos. Na superintendência ficariam apenas: o doleiro Alberto Youssef, os executivos Dalton Avancini e Eduardo Leite, da Camargo Corrêa, todos delatores da Lava Jato. E, ainda, a doleira Nelma Kodama e Iara Galdino. A lista foi elaborada pela superintendência estadual.

"Com as novas prisões que ocorreram em 16 de março [na décima fase da Lava Jato] e outras que por acaso possam ocorrer nos desdobramentos da Operação Lava Jato, já esta ficando inviável ficarmos com todos os presos na nossa Custódia, tendo em vista que alguns presos não podem se comunicar entre si e fica difícil acomodá-los em apenas seis celas", diz documento assinado pelo superintendente da PF no Paraná, delegado Rosalvo Ferreira Franco.

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Doleiro Alberto Youssef preso na primeira fase da Lava Jato. Foto: Vagner Rosario/Futura Press

O Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizaram a abertura de inquéritos para investigar 54 pessoas acusadas de envolvimento com o esquema, entre elas deputados e senadores, o que pode aumentar o número de encarcerados.

Uma das sugestões é que os presos sejam transferidos para uma ala do presídio Complexo Médico-Penal, que abriga presos que cumprem pena em regime fechado, "mas que esses presos não teriam contato mais próximo com os demais detentos do sistema prisional do Estado, o que lhes daria uma certa segurança." O Estado teria oferecido cinco celas, com capacidade para 15 presos no Complexo.

Revista. Os presos da Lava Jato já demonstraram preferência por ficar na superintendência quando surgiram boatos de que estavam em situação de constrangimento. O Estado revelou que uma das vantagens é que os parentes dos presos não são revistados nas visitas nem enfrentam filas como nos presídios estaduais, o que é considerado um dos maiores constrangimentos para quem vive essa situação. A revista não é feita na PF porque um policial acompanha as reuniões com os familiares. Durante inspeção feita pelo Ministério Público na carceragem, revelada pelo Estado, os presos da Lava Jato disseram não ter interesse em mudar para presídios. A decisão, contudo, será do juiz Sérgio Moro que deve se manifestar sobre o pedido da PF na segunda-feira.

No relatório, o delegado cita, ainda, os exemplos das presas Nelma Kodama e Iara Galdina que estão na superintendência desde o dia 17 de março de 2014, "sem que tenhamos qualquer tipo de informação quanto a atentado à segurança dos mesmos." O documento da PF não menciona os demais presos, como o doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores do esquema, que também esta preso na carceragem há um ano.

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