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PF prende auditor da Receita que tentava retirar passaporte falso

José Cassoni estava com a prisão decretada desde 2012; na época PF apreendeu em sua casa R$ 2,5 mi e US$ 2,5 em dinheiro vivo

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Por Mateus Coutinho
Atualização:

por Fausto Macedo

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A Polícia Federal prendeu no final da tarde desta terça-feira, 6, o auditor da Receita Federal José Cassoni, por uso de documento falso. A prisão de Cassoni ocorreu na sede da PF, em Volta Redonda (RJ), quando ele tentava tirar um passaporte com nome frio.

Ao efetuar pesquisa de antecedentes do auditor, a PF constatou que ele estava com a prisão preventiva decretada desde 10 de abril de 2012. Cassoni foi alvo da Operação Paraíso Fiscal, investigação integrada da PF, da Procuradoria da República e da Receita em SP que desbaratou em 2011 um esquema de venda de fiscalizações e fraudes no ressarcimento de tributos por um grupo de auditores fiscais na delegacia da Receita no município de Osasco (SP).

Na época, os policiais apreenderam na residência de Cassoni, acusado de integrar o grupo, em Alphaville (Grande São Paulo) R$ 2,5 milhões e US$ 2,5 mi em dinheiro vivo dentro de caixas de leite.

Desde abril de 2012, quando o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF 3) derrubou liminar que o favorecia, Cassoni era procurado pela Polícia Federal. Ele deve ser transferido ainda nesta quarta para a penitenciária Bangu 8, no Rio.

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A criminalista Beatriz Catta Preta, que defende Cassoni, disse que ainda não teve acesso ao auto de prisão em flagrante do auditor. Catta Preta observou que só poderá se manifestar depois que tomar ciência do teor de acusação feita a seu cliente.

Maior apreensão da PF. A Paraíso Fiscal foi deflagrada em 4 de agosto de 2011, quando seis auditores, um doleiro e dois familiares de fiscais foram presos. A PF apreendeu R$ 12,9 milhões em dinheiro vivo com os auditores. O dinheiro estava oculto em caixas de leite, fundos falsos de armário e no forro da casa de um acusados, no condomínio residencial Alphaville, Grande São Paulo.

Na ocasião, foi a maior apreensão de dinheiro em espécie que se tem notícia numa operação da Polícia Federal. Na época, a Justiça Federal determinou o sequestro de imóveis e a apreensão de 13 veículos de luxo, propriedade dos acusados. Ordenou também o bloqueio das contas bancárias mantidas por eles no Brasil e no exterior. Através de pedido de cooperação internacional, o Ministério Público Federal obteve o bloqueio de US$ 2,1 milhões mantidos clandestinamente por um dos auditores em conta de empresa offshore.

 

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