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PF leva computadores de agência de publicidade ligada ao PT e ao governador de MG

A Pepper é alvo da segunda fase da Operação Acrônimo, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira, 25; Carolina Oliveira, mulher de Fernando Pimentel (PT) trabalhou na empresa, segundo a PF

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Por Redação
Atualização:

Atualizada às 12h45

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Por Talita Fernandes, Andreza Matais e Fábio Fabrini

Brasília - A Polícia Federal apreendeu na sede da agência de publicidade Pepper, em Brasília, um computador e mochilas com materiais apreendidos. A Pepper é alvo da segunda fase da Operação Acrônimo, deflagrada nesta quinta-feira, 25. A PF também fez busca e apreensão num hangar em Belo Horizonte e num escritório que era usado pelo governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). A Pepper é uma empresa contratada pelo PT para cuidar da página do Facebook da presidente Dilma Rousseff. Carolina Oliveira, mulher do governador e um dos alvos da Operação, trabalhou na agência de publicidade.

O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), denunciado na Operação Acrônimo. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Os policiais chegaram na sede da agência no início da manhã e a busca prossegue. A ação foi autorizada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Herman Benjamin, relator da Operação Acrônimo no Tribunal. O magistrado tornou-se relator do caso no Tribunal na semana passada, quando recebeu um pedido de inquérito encaminhado pela Polícia Federal para investigar a suposta participação de Fernando Pimentel no escândalo.

Além das ações na Pepper, ações de busca e apreensão estão sendo realizadas também em outros pontos, incluindo unidades no Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, além do Distrito Federal. Um outro alvo de busca é um hangar no aeroporto de Belo Horizonte. Segundo fontes, o ponto teria sido usado pelo governador de Minas e por sua mulher para a viagem de lua de mel, para Punta del Este, no Uruguai. Um dos endereços em que a PF realizou busca e apreensão é a sede da empresa OPR, de Otílio Prado, ex-sócio de Pimentel na P-21 Consultoria, empresa que antecedeu a OPR e foi criada pelo governador após 2008, quando ele deixou a prefeitura de Belo Horizonte.

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A Operação Acrônimo foi deflagrada no fim de maio, quando foram realizadas buscas na casa da primeira-dama de Minas e na sede de uma antiga empresa que pertencia a ela. Na semana passada, contudo, o caso chegou ao STJ diante de investigações que passaram a envolver a suposta participação do governador de Minas no caso. O caso teve início em outubro de 2014, quando a PF apreendeu um avião que voava de Minas Gerais a Brasília com R$ 113 mil a bordo. Estava na aeronave o empresário Benedito Rodrigues, o Bené, que é próximo a Pimentel e possui empresas do setor gráfico. Bené chegou a ser preso na primeira fase da Operação, mas deixou a cadeia após pagar fiança.

O advogado de Pimentel, Antônio de Almeida Castro, o Kakay, disse ao Estado que esteve na semana passada com o ministro e pediu acesso ao inquérito. Ele disse que se colocou o governador à disposição para esclarecer dúvidas. A PF suspeita de atos ilícitos envolvendo a campanha de Pimentel ao governo do Estado, em 2014.

"As investigações têm de ser feitas e qualquer cidadão apoia, mas parece que está havendo competição de qual investigação é mais importante. Há que se ter uma responsabilidade quando se pede busca e apreensão na cada de um governador como o Pimentel. Felizmente o ministro negou o pedido e não vejo nenhum fundamento para medida tão agressiva e invasiva", disse o advogado à reportagem.

COM A PALAVRA, OS CRIMINALISTAS PIERPAOLO BOTTINI E ANTONIO CARLOS DE ALMEIDA CASTRO, O KAKAY

Os advogados Pierpaolo Bottini e Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, informaram à reportagem do Estadão que ainda não tiveram acesso à totalidade da investigação da Polícia Federal. "Vamos analisar todos os documentos para tomar as medidas cabíveis na defesa de nossos clientes", destacou Pierpaolo Bottini, que defende Carolina Pimentel, mulher de Fernando Pimentel.

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