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PF investiga banco português no esquema de doleiro e ex-diretor da Petrobrás

Operação Lava Jato fez buscas no Banco Carregosa, supostamente usado por Youssef e Paulo Roberto Costa em remessas para a Suíça

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Por Fausto Macedo
Atualização:

A Polícia Federal investiga a participação de executivos de um banco português no esquema de lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas para a Suíça envolvendo o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, e o doleiro Alberto Youssef, alvos da Operação Lava Jato - investigação sobre lavagem de R$ 10 bilhões. A PF fez buscas no último dia 2 no escritório do Banco Carregosa, em São Paulo.

A PF suspeita que João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado, apontado como laranja do doleiro, contou com a colaboração da instituição financeira para enviar valores de Youssef e Costa para a Suíça.

 Foto: Tasso Marcelo/Estadão

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Pelo menos US$ 5 milhões em contas em nome de Procópio estão bloqueados em Genebra. Também estão congelados no país europeu outros US$ 23 milhões do ex-diretor da Petrobrás.

O Banco Carregosa fica sediado na cidade do Porto. É uma instituição de quase 200 anos, fundada em 1833. Em Sâo Paulo, na Rua Hungria, Jardim Europa, funciona um escritório de representação do Carregosa.

Na última quarta feira, 2, a PF prendeu Procópio em São Paulo e fez buscas no escritório do banco. A Justiça Federal autorizou "coleta de provas relativa à prática por Alberto Youssef e subordinados e associados deste, inclusive João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado e Paulo Roberto Costa, incluindo as empresas destes, de crimes de lavagem de dinheiro, financeiros e de falsidade, além dos crimes antecedentes à lavagem de dinheiro".

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Os federais receberam ordem para vasculhar a sala de Antonio Vieira, executivo do Carregosa, em busca de registros e livros contábeis, formais ou informais, recibos, agendas, ordens de pagamento e documentos relacionados a manutenção e movimentação de contas no Brasil e no exterior, em nome de Youssef e subordinados, inclusive Procópio e Paulo Roberto Costa, as empresas destes, por eles controladas direta ou indiretamente.

Doleiro Alberto Youssef, detido pela PF Foto: Aniele Nasciment/Gazeta do Povo

A PF também teve autorização para recolher no Carregosa contas, ordens de pagamento, negócios e transações de qualquer natureza realizadas com Youssef e subordinados, inclusive Procópio e Paulo Roberto Costa, incluindo suas empresas.

A PF mirou HDs, laptops, pen drives, arquivos eletrônicos de qualquer espécie, agendas manuscritas ou eletrônicas dos investigados ou de suas empresas.

A primeira pista sobre a ligação do doleiro e do ex-diretor da Petrobrás com o banco português foi uma mensagem eletrônica enviada a João Procópio por Antônio Vieira, do Banco Carregosa. Vieira questiona pagamentos efetuados por Procópio.

Para a PF, há evidências de que o Banco Carregosa "transacionou com Procópio e, consequentemente, com Youssef, tendo lhe dado, consciente ou inconscientemente, apoio em operações de evasão de divisas e lavagem".

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A reportagem tentou contatos com a direção do Banco Carregosa, mas não obteve retorno. E-mails foram enviados para endereços de assessores da instituição em Portugal. Nenhum deles respondeu.

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Em seu site, o Banco Carregosa reproduz mensagem de Maria Cândida Rocha e Silva, presidente do Conselho de Administração, a qual destaca que a instituição "privilegia as relações duradouras, os desempenhos sustentados, as oportunidades de valorização fundamentadas e as escolhas coerentes".

Ela define as metas da instituição. "Preservar a independência do Banco Carregosa para melhor servir o interesse e as necessidades individuais de cada cliente é, para nós, muito importante. Foi o caminho que a Casa Carregosa seguiu desde 1833. E é o rumo que quer manter."  O Carregosa informa, em seu site, que busca "fazer sempre melhor procurando a excelência com independência, inovação, dinamismo e transparência".

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