Texto atualizado às 20h45
A Polícia Federal decidiu indiciar 23 investigados por desvios de verbas em cursos de Educação a Distância (EaD) na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Decorrente da Operação Ouvidos Moucos, a investigação concluiu que professores e funcionários da instituição agiam no esquema. Eles devem ser indiciados por concussão, peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, além de outras tipificações.
+ Suicídio de reitor põe PF sob suspeita
As informações foram divulgadas pelo Diário Catarinense nesta quarta-feira, 25, e confirmadas pelo Estado.
A Ouvidos Moucos caiu em uma grande polêmica depois que o ex reitor da universidade Luiz Carlos Cancellier de Olivo, que chegou a ser preso por suspeitas de participação no esquema, se suicidou em um shopping de Florianópolis.
+ Reitor tentou barrar investigação na UFSC, diz PF
O relatório parcial do inquérito, produzido pelo delegado Nelson Napp em 18 de abril, indica a tipificação das condutas criminosas atribuídas aos 23 investigados. Após concluir o inquérito, o que deverá ocorrer nos próximos dias, o relatório final da Operação Ouvidos Moucos, a peça será encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF), que decidirá se denuncia ou não os indiciados pela PF.
O documento não indica o montante que teria sido desviado da UFSC.
A operação foi deflagrada há sete meses e tinha como foco repasses oferecidos pelo programa Universidade Aberta do Brasil - UAB na UFSC que totalizam cerca de R$ 80 milhões.
COM A PALAVRA, A UFSC
O chefe de gabinete da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Áureo Moraes, afirmou ao Estado que a universidade não recebeu nenhuma notificação oficial e que a única informação que eles têm foi divulgada pela imprensa, de forma oficiosa. Ele ressaltou a necessidade de se dar um tratamento institucional ao caso por parte da Polícia Federal.