Ao cumprir mandado de busca e apreensão, a Polícia Federal encontrou na bolsa da lobista Cristina Marcondes um cartão de visita do diretor do Instituto Lula Celso Marcondes. Cristina teve os pertences revistados em outubro de 2015 porque é acusada de operar esquema de compra de medidas provisórias nos governo Lula e Dilma Rousseff por meio de pagamento de propina a agentes públicos. Ela também aparece em mensagens relacionadas à compra de caças pela Força Aérea Brasileira (FAB), outro lobby investigado pela Operação Zelotes. Já denunciada, Cristina espera o julgamento presa em Brasília.
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A lobista é mulher de Mauro Marcondes que também esta preso. A consultoria do casal, a Marcondes & Mautoni, foi contratada por montadoras de veículos com interesse na edição de Medidas Provisórias. A firma pagou R$ 2,5 milhões à LFT Marketing Esportivo, do empresário Luís Claudio Lula da Silva, filho de Lula, em contratos que estão sendo investigados.
No último dia 6, ao prestar depoimento à Polícia Federal sobre o esquema de compra de MPs, o ex-presidente Lula foi perguntado pelo delegado Marlon Cajado sobre a função de Celso Marcondes no Instituto Lula. "Informou que é diretor e que o mesmo nunca comentou qualquer encontro ou assunto tratado com Cristina Mautoni ."
A página do Instituto Lula na internet informa que o diretor, que não tem grau de parentesco com Cristina, é diretor responsável pela Iniciativa África. Também integra o conselho consultivo do Instituto Brasil-África, de Fortaleza. No governo Lula ele foi assessor de comunicação da presidência do BNDES e assessor do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. O diretor informou por meio da assessoria do Instituto Lula que não teve reuniões com Cristina Mautoni. Ele explicou ainda que várias pessoas recebem seu cartão de visita em eventos públicos.