Por Fausto Macedo, Ricardo Brandt e Julia Affonso
A Polícia Federal encontrou com o irmão do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula), Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, anotações relacionadas a contas em Valeta, capital de Malta, paraíso fiscal europeu. Os registros estariam associados a nomes seguidos de números.
Luiz Eduardo e seu irmão são alvos da Operação Pixuleco por suspeita de corrupção na Petrobrás. Nesta quarta-feira, 12, o juiz federal Sérgio Moro mandou soltar o irmão de Dirceu, mas impôs a ele cinco medidas cautelares.
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A Procuradoria da República havia requerido a prisão preventiva de Luiz Eduardo usando como argumento o fato de a Polícia Federal ter apreendido com o irmão do ex-ministro, além das anotações sobre a conta de Malta, um caderno com indicações de pagamentos vinculados a obras da Petrobrás e empreiteiras cartelizadas. Os federais também encontraram uma planilha contendo controle de valores provenientes da empreiteira Engevix, além de notas fiscais emitidas pela JD Assessoria e Consultoria - empresa de Dirceu.
"Isso denota que Luiz Eduardo não só tinha conhecimento como estava envolvido diretamente na arrecadação e distribuição de valores com indícios de origem ilícita", assinala a Procuradoria. "Aliás, há anotações encontradas em material apreendido com Luiz Eduardo a respeito de contas no exterior (em Valleta, Malta) associadas a nomes seguidos de números que podem indicar valores, pelo que se pode inferir que ele atuava com pagamentos de valores ilícitos no exterior."
A força-tarefa da Lava Jato vai tentar identificar os beneficiários da conta de Malta.