Por Fausto Macedo e Julia Affonso
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, 27, em Natal , a Operação Itaretama para desarticular uma associação criminosa que fraudava licitações em prefeituras do interior do Rio Grande do Norte e na Companhia de Águas e Esgotos do Estado (CAERN), direcionava obras promovidas pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), além de desviar recursos públicos.
A investigação da PF teve início no primeiro semestre de 2014 e revelou que servidores do DNOCS mantinham "estreito relacionamento" com empresários do setor de engenharia, fazendo com que contratações tenham sido direcionadas e licitações indevidamente dispensadas ou fraudadas.
Segundo a PF, as suspeitas recaem principalmente sobre as obras de construção de açude no Assentamento 3 de agosto (Pau de Leite), da adutora de Jucuri, em Mossoró, e na adutora de engate rápido de Jucurutu, ambas situadas na região Oeste do Estado.
A PF informou que "há indícios de que as obras não foram devidamente fiscalizadas durante sua execução, com prejuízo ao erário". Em nota, a Superintendência Regional da PF no Rio Grande do Norte destacou que também "há fortes suspeitas de corrupção ativa e passiva".
Paralelamente, parte do grupo investigado estaria combinando propostas de licitações em prefeituras do interior do Estado e na Companhia de Águas e Esgotos do Estado. Cerca de 30 policiais federais saíram às ruas logo cedo nesta terça feira, 27, para cumprir sete mandados de busca e apreensão.
Segundo a PF, o nome da operação Itaretama significa 'região de pedras' e, no passado, foi a denominação do município de Lajes/RN, local onde foi construída a primeira das obras sob suspeita.
COM A PALAVRA, A COMPANHIA DE ÁGUAS E ESGOTOS DO RIO GRANDE DO NORTE
Por meio de sua Assessoria de Comunicação Social, a Companhia de Águas informou.
"Na manhã desta terça-feira (27), a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) foi surpreendida com o seu nome em matérias relacionadas à Operação Itaretama da Polícia Federal. Sobre as obras citadas na operação, a Diretoria de Empreendimentos da Companhia declara não haver envolvimento com tais contratos investigados, e que não participou de processos licitatórios, e ainda não ser a empresa responsável pelas fiscalizações dessas obras.
A Diretoria afirma também que cumpre rigorosamente a Lei de Licitações e que trabalha para garantir lisura em todos os processos que realiza. A Companhia esclarece ainda que como empresa pública preza pela transparência, realizando todas as publicações que assegurem o conhecimento público. O bem estar da população e bom uso do dinheiro público são valores que permeiam todo e qualquer processo licitatório realizado pela empresa, assim como, o acompanhamento e fiscalização das obras realizadas sob sua responsabilidade.
Mantendo o seu compromisso com o Estado do Rio Grande do Norte e com a justiça, a Caern se coloca à disposição da Polícia Federal para contribuir com as investigações, esperando que os culpados respondam pelos seus atos de improbidade. Além disso, a Diretoria da Caern repudia toda e qualquer atitude ilícita daqueles que se apropriaram indevidamente dos recursos públicos."