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PF deflagra operação contra evasão de divisas e lavagem de R$ 3 bi

Segundo estimativas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), há movimentações, como indicativo de lavagem de dinheiro, de cerca de R$ 3 bilhões em três anos de atuação das empresas envolvidas

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Por Andreza Matais

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira, 11, a Operação Porto Victoria para desarticular uma organização criminosa transnacional especializada em evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Durante as investigações, foram detectadas transações por meio de um esquema conhecido como "dólar cabo", realizadas no Brasil e no exterior, à margem do sistema oficial de remessa de divisas. Segundo estimativas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), há movimentações, como indicativo de lavagem de dinheiro, de cerca de R$ 3 bilhões em três anos de atuação das empresas envolvidas.

 Foto: Estadão

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Cento e trinta policiais federais cumprem 11 mandados de prisão, dois mandados de condução coercitiva e 30 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Araras, Indaiatuba, Santa Bárbara do Oeste, cidades do interior do Estado, Curitiba (PR) e Resende (RJ), expedidos pela 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

A investigação teve início em 2014 após solicitação da Agência Norte Americana de Imigração e Alfândega - ICE, para apuração de fatos envolvendo um brasileiro que atuaria junto a uma organização criminosa especializada em evasão de divisas e lavagem de dinheiro no Reino Unido, na Venezuela, nos Estados Unidos, Brasil e Hong Kong. A PF identificou a atuação do grupo em diversas frentes. Entre os presos da Porto Victoria está o ex-secretário municipal da Copa do Mundo em Curitiba (PR), Luiz de Carvalho, também sob suspeita de lavagem de dinheiro.

Clique para ampliar Foto: Estadão

Um dos esquemas baseou-se na especialização da retirada ilegal de de divisas da Venezuela por meio de importações fictícias promovidas por empresas brasileiras que tinham como fim somente a movimentação financeira. Os produtos brasileiros eram superfaturados em até 5.000% para justificar a remessa dos valores vindos da Venezuela. Em seguida, empréstimos e importações simuladas justificavam o envio dos recursos para Hong Kong, de onde então era encaminhados para outras contas ao redor do mundo.

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Outro modo de ação - realizado no Brasil - era feito com importações fictícias por empresas brasileiras valendo-se da colaboração de operadores do sistema financeiro com bancos e corretoras de valores, que faziam vista grossa em relação à veracidade de transações comerciais que tinham como fim único o envio de dólares para o exterior, com aparências de legalidade.

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