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PF põe no 'quadrilhão' do PMDB Temer, Moreira, Padilha, Geddel, Cunha e Alves

Relatório final de inquérito atribui à cúpula do partido 'estrutura organizacional com objetivo de obter vantagens indevidas'

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Por Fabio Serapião , Luiz Vassallo e Vera Rosa
Atualização:

O presidente Michel Temer ao lado do ex-ministro Geddel Vieira Lima. Foto: Evaristo Sá/AFP

A Polícia Federal concluiu nesta segunda-feira, 11, o inquérito 4327 do Supremo Tribunal Federal, instaurado para apurar crimes supostamente praticados pelo chamado 'quadrilhão' do PMDB. A PF cita no inquérito o presidente Michel Temer, os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e os ex-presidentes da Câmara Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha, conforme antecipou a Coluna do Estadão.

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O inquérito da PF diz que há indícios da prática do crime de organização criminosa - artigo 1.º, parágrafo 1.º e artigo 2.º da Lei 12.850/2013.

Os integrantes da cúpula do partido, supostamente, mantinham 'estrutura organizacional com o objetivo de obter, direta e indiretamente, vantagens indevidas em órgãos da administração pública direta e indireta'.

Em nota, a PF destacou. "O grupo agia através de infrações penais, tais como corrupção ativa, passiva, lavagem de dinheiro, fraude em licitação, evasão de divisas, entre outros crimes cujas penas máximas são superiores a 4 anos."

COM A PALAVRA, PADILHA

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Em nota divulgada nesta segunda-feira, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, sugeriu que o relatório da Polícia Federal não merece resposta. A PF sustentou, na conclusão do inquérito que investigou o "quadrilhão" do PMDB na Câmara, que a cúpula do partido participava de uma organização criminosa, voltada para obtenção de vantagens indevidas na administração pública.

"O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, informa que só irá se pronunciar quando e se houver acusação formal contra ele que mereça resposta", diz a nota, assinada pela Assessoria de Comunicação da Casa Civil.

O advogado Daniel Gerber, que defende o ministro Eliseu Padilha, afirma que "tal denúncia reflete o olhar distorcido da acusação sobre o mundo político, e se baseia apenas na palavra de delatores cujos acordos com o próprio MPF merecem revisão. Não obstante, acreditamos que o Poder Judiciário não será induzido em um equívoco como esse, e provaremos a inexistência de qualquer delito, dentro dos autos".

COM A PALAVRA, MOREIRA FRANCO

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, disse que a Polícia Federal não agiu de forma democrática ao 'vazar' as conclusões do inquérito que investigou o "quadrilhão" do PMDB na Câmara, sem dar conhecimento aos citados no relatório. "Jamais participei de qualquer grupo para a prática de ilícito. Repudio a suspeita", reagiu o ministro.

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Segundo o relatório final da PF, há indícios de que o presidente Michel Temer, Moreira e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, cometeram crimes de corrupção. As investigações apontaram que integrantes da cúpula do PMDB participavam de uma organização criminosa, com o objetivo de obter, direta e indiretamente, vantagens indevidas na administração pública.

"Responderei de forma conclusiva quando tiver acesso ao relatório do inquérito. Lamento que tenha que falar sobre o que ainda não conheço. Isto não é democrático", afirmou Moreira Franco.

COM A PALAVRA, GEDDEL

A defesa de Geddel Vieira Lima informa que, "diante das reiteradas violações ao seu direito de defesa", vai prestar os esclarecimentos em juízo.

COM A PALAVRA, EDUARDO CUNHA

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Já o advogado de Cunha, Délio Lins e Silva, disse que o ex-deputado nega "veementemente todas as acusações e prestará os devidos esclarecimentos oportunamente".

 

 

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