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PF abre Código Reverso contra fraudes bancárias pela internet

Esquema acessava remotamente computadores de vítimas para fazer transferências e compras; prejuízo foi estimado em R$ 10 milhões nos últimos 9 meses

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Foto do author Fausto Macedo
Foto do author Julia Affonso
Por Fausto Macedo e Julia Affonso
Atualização:

 Foto: Reprodução/Sindicato dos Delegados da Polícia Federal

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira, 21, a Operação Código Reverso. A investigação mira um esquema especializado em fraudes bancárias pela internet, nos estados de Tocantins, São Paulo, Goiás e Pernambuco.

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Em nota, a PF informou que mais de 100 policiais federais cumprem 43 mandados judiciais expedidos pela 4ª Vara da Justiça Federal em Palmas, sendo sete de prisão preventiva, um de prisão temporária, 11 de intimação e 24 de busca e apreensão.

"O grupo utilizava programas maliciosos para acessar remotamente os computadores das vítimas para realizar diversas transações bancárias eletrônicas fraudulentas como pagamentos, transferências e compras pela internet, burlando os mecanismos de segurança dos bancos, e gerando prejuízos da ordem de R$ 10 milhões só nos últimos 9 meses", afirma a PF.

A investigação, realizada pelo Grupo de Repressão a Crimes Cibernéticos, chegou a um grupo de hackers com conexões internacionais, inclusive criminosos cibernéticos do leste europeu.

"Os membros dessa organização apresentam alto padrão de vida e se utilizam, inclusive, de diversas empresas de fachada para movimentar e ocultar os valores obtidos por meio das atividades criminosas, investindo grande parte das vantagens ilícitas em moedas virtuais como a bitcoin, realizando lavagem de dinheiro", informa a Federal.

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Foi determinado ainda a indisponibilidade de bens móveis e imóveis e o bloqueio das contas bancárias dos investigados, inclusive de moedas virtuais (BITCOIN).

Além dos presos, também estão sendo intimadas a prestar esclarecimentos diversas pessoas com participação nas fraudes, inclusive empresários que procuravam os criminosos com a finalidade de obter vantagem competitiva no mercado e prejudicar a livre concorrência, e receber descontos de cerca de 50 % para quitar os seus impostos, pagar contas e realizar compras, através de pagamentos feitos pelos criminosos em prejuízo à milhares de contas bancárias de diversas instituições bancárias.

A operação, que representa o primeiro passo da operacionalização da renovação do Acordo de Cooperação Técnica entre a Polícia Federal e Febraban na repressão das fraudes bancárias eletrônicas, é também resultado do trabalho em conjunto com as equipes de prevenção às fraudes dos bancos Caixa, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander.

Os criminosos devem responder pelos crimes de associação criminosa, falsificação de documento público e de uso de documento falso; furto qualificado, além do crime de lavagem de capitais. Somadas as penas podem chegar a mais de 30 anos de prisão.

O nome da operação faz referência ao caminho inverso utilizado pela investigação para realizar o mapeamento da fraude.

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