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Parque Dom Paulo Evaristo Arns

Parque da Juventude, que ocupa a área da antiga Casa de Detenção do Carandiru, em São Paulo, vai mudar de nome em homenagem ao cardeal arcebispo que, nos anos 1970, corajosamente enfrentou o regime dos generais; projeto foi aprovado na Assembleia e segue para sanção do governador

Foto do author Julia Affonso
Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso e Fausto Macedo
Atualização:

Dom Paulo Evaristo Arns - 2 de fevereiro de 2016. Foto: Felipe Rau/Estadão

O Parque da Juventude vai se chamar Parque Dom Paulo Evaristo Arnas. Localizada na zona Norte de São Paulo, a área foi ocupada por muitos anos pela Casa de Detenção do Carandiru, palco do mais sangrento massacre da história penintenciária do País, há 26 anos - 111 presos foram mortos em outubro de 1992.

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A homenagem a Dom Paulo, morto em dezembro de 2016, aos 95 anos, foi decidida na semana passada (quinta, 10) pela Assembleia Legislativa, por meio da aprovação do projeto de lei 938/2016 que, agora, segue para sanção do governador Márcio França.

De autoria do deputado Luiz Fernando (PT), o projeto dá a denominação de Parque da Juventude Dom Paulo Evaristo Arns ao atual Parque da Juventude, instalado após a implosão do Carandiru, em 2002. É uma área de lazer e entretenimento ao ar livre.

Para conter uma rebelião que teve início no pavilhão 9, a Tropa de Choque de São Paulo, comandada pelo coronel Ubiratan Guimarães, invadiu o presídio do Carandiru e matou 111 presos. Foto: MÔNICA ZARATTINI/AGÊNCIA ESTADO/

Dom Paulo, nascido em Forquilhinha (SC), foi nomeado arcebispo de São Paulo em outubro de 1970, aos 49 anos. Sua história ficou conhecida pela coragem com que enfrentou o regime militar, entre os anos 1960 e 1970, e por seu empenho na defesa dos direitos humanos.

Com formação em filosofia e teologia, Dom Paulo escreveu 56 livros, o mais célebre deles 'Brasil Nunca Mais', projeto que realizou clandestinamente via Conselho Mundial de Igrejas e pela Arquidiocese de São Paulo. O documento escancarou os porões.

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Em 2007 foi concluído o projeto arquitetônico do Parque da Juventude, que mantém referenciais históricos do Carandiru - muralhas e ruínas de celas do presídio. Os pavilhões 4 e 7 foram transformados em duas escolas técnicas.

"O fato de o parque ter sido construído sobre o Carandiru, local no qual ocorreu um episódio de afronta extrema aos direitos humanos, matéria defendida com afinco durante toda a vida por Dom Evaristo Arnas, torna bastante simbólica a homenagem", disse o deputado Luiz Fernando.

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