A defesa do executivo Marcos Pereira Reis, alvo de um mandado de prisão temporária na Operação Resta Um, 33ª fase da Lava Jato deflagrada nesta terça-feira, 2, informou ao juiz Sérgio Moro que ele está na China devido a suas "atividades profissionais", mas que pretende retornar imediatamente ao Brasil para se apresentar.
Acusado pelos investigadores de ser um dos responsáveis por operacionalizar o pagamento de propina do Consórcio Quip, liderado pela Queiroz Galvão e responsável pelas construção da plataforma P53 da Petrobrás no exterior, Marcos Pereira alegou que já estava com passagem de volta comprada, para retornar ao Brasil no dia 8 de setembro.
"Todavia, diante das notícias veiculadas pela imprensa, o requerente está providenciando o retorno imediato ao Brasil, comprometendo-se a informar a esse r. Juízo o local, a data e a hora previstos para o retorno, assim que estiver em posse do novo bilhete aéreo", diz a defesa do executivo em petição encaminhada ao juiz Sérgio Moro, que deu a ordem para deflagração da Resta Um.
Seus advogados, Luciano Feldens e Antenor Madruga, informaram ainda que o executivo, que teve a prisão temporária decretada pelo juiz da Lava Jato por suspeita de ser o responsável por ordenar os pagamentos de propinas por meio de contas secretas no exterior ao ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra (morto em 2014), estaria trabalhando atualmente no estaleiro QGI Brasil S/A, formado pela Queiroz e Iesa no país asiático.
Na 33ª etapa deflagrada nesta terça, o alvo da Lava Jato é a construtora Queiroz Galvão, suspeita de ter pago em 2009 R$ 10 milhões ao ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra. Os executivos ligados à construtora Ildefonso Colares e Othon Zanoide foram presos em regime preventivo.
O engenheiro Ildefonso Colares Filho chegou na sede da Polícia Federal do Rio, na zona portuária, por volta das 10h30.
São 23 mandados de busca e apreensão, 2 de prisão preventiva, 1 de prisão temporária e 5 de condução coercitiva em cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco e Minas Gerais.
Os executivos da Queiroz Galvão são investigados, segundo a PF, 'pela prática sistemática de pagamentos indevidos a diretores e funcionários da Petrobrás'.