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Os R$ 7 milhões para 'Caranguejo', codinome de Eduardo Cunha

Ex-executivo da Odebrecht responsável pelo contato da empresa com políticos em Brasília diz que pagamentos para ex-presidente da Câmara era por sua influência com demais parlamentares e por negócios na área de energia; delator listou em anexo de acordo com a Lava Jato datas de entregas de valores

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Por Julia Affonso , Ricardo Brandt , Fabio Serapião e Mateus Coutinho
Atualização:

Eduardo Cunha fez exames no IML, após ser preso na Lava Jato. Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters

O delator da Odebrecht Claudio Melo Filho cita em seu anexo entregue à força-tarefa da Operação Lava Jato que o deputado federal cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) recebeu R$ 7 milhões da empreiteira, pela influência que tinha entre parlamentares da Câmara dos Deputados.

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"Em 2010, pela importância política que o então deputado possuía, a empresa aprovou o valor estima de R$ 7 milhões. Esses valores constam expressamente nas planilhas como supostamente destinados à campanha eleitoral, identificado pela expressão 'CP-Braskem' e também a Benedicto Junior", afirmou Claudio Melo, que foi vice-presidente Institucional da Odebrecht, servindo de elo do grupo com políticos, em Brasília.

Eduardo Cunha está preso, em Curitiba, desde o dia 19 de outubro, por ordem do juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Lava Jato em primeira instância. Ele é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro em negócios de compra de campos de exploração de petróleo em Benin, na África.

"Entreguei algumas vezes senhas a Eduardo Cunha quando solicitado pela área de operações estruturas, mas o pedido de pagamento não endereçado por Eduardo Cunha a mim", explicou o delator, que listou no anexo os valores e datas de entregas.

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 Foto: Estadão

Claudio Melo disse que seu trânsito maior era com a bancada de senadores do PMDB, mas que também mantinha reuniões com Cunha, em especial para discutir temas de interesse da Odebrecht no setor de energia.

 Foto: Estadão
 Foto: Estadão

"Nas vezes em que conversava com o deputado sobre temas da empresa, era sempre atendido com presteza e educação. As reuniões se deram no gabinete da liderança do PMDB, que fica em frente ao Salão Verde, em uma sala no final do corredor das lideranças."

Cunha é réu em um processo aberto por Moro em Curitiba. As revelações da Odebrecht, que ainda serão transformadas em termos de delação e precisarão ser homologadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), servirão para a abertura de novos inquéritos contra os citados.

"Entendi que essa era uma forma de reconhecimento pela relação deste com a Odebrecht, pois ele sabia que receberia pagamentos a pretexto de contribuição de campanha."

 

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