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Os argumentos de Paulo Paim para evitar Moro

Senador petista pediu para ser dispensado de depoimento como testemunha de Gim Argello sob alegação de que mantinha 'apenas relacionamento profissional necessário' com o ex-senador preso na Lava Jato

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Por Mateus Coutinho , Julia Affonso e Fausto Macedo
Atualização:

O senador Paulo Paim (PT-RS). Foto: Divulgação

Chamado para depor como testemunha do ex-senador Gim Argello (PTB) na Lava Jato, o senador petista Paulo Paim (PT-RS) pediu para ser dispensado do depoimento diante do juiz Sérgio Moro na ação em que Argello é acusado de receber ao menos R$ 5,3 milhões em propinas de empreiteiras para evitar a convocação de executivos das construtoras nas duas CPIs da Petrobrás no Congresso em 2014.

Em ofício encaminhado ao juiz da Lava Jato no dia 30 de junho, o parlamentar petista disse que foi suplente em uma das CPIs e que deve ter participado apenas de uma reunião do colegiado. "Além de alheio às atividades da comissão, não detinha nenhuma forma de relacionamento com os acusados", diz o documento.

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Em relação a Argello, o senador diz ainda que mantinha "apenas o relacionamento profissional necessário ao desempenho das atividades parlamentares". A defesa de Argello, por sua vez, argumentou que Paim participou de duas reuniões da CPI Mista da Petrobrás, inclusive a reunião que aprovou o relatório final da comissão e foi presidida por Argello.

Paim ainda reitera que não tem costume de participar de CPIs, participando mais de comissões temáticas do Senado, e que portanto não conhece qualquer fato que possa contribuir para esclarecer as investigações.

Além disso, o petista alega que o Senado vive um momento muito importante, com o processo do impeachment e a atual crise econômica do País, e que o seu eventual deslocamento para a Justiça Federal causará "graves prejuízos" a sua atividade parlamentar.

"Furtar um senador da República dessas atividades imprescindíveis à condução do País para sua oitiva em processo que manifestamente não tem nada a acrescentar não é compatível com as finalidades do processo penal", afirma o senador. Apesar dos argumentos, diante da insistência da defesa de Argello, o juiz Sérgio Moro mandou notificar Paim para que se manifeste sobre a melhor data para depor na Justiça, o que pode ser feito por meio de videoconferência.

A reportagem entrou em contato com a assessoria do senador, mas não obteve retorno. O espaço está aberto para a manifestação de Paulo Paim.

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