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Omertà leva operador do PMDB para depor

Nome de Milton Lyra foi ligado a repasse do setor de propinas da Odebrecht

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Por Julia Affonso , Ricardo Brandt , Mateus Coutinho e Fausto Macedo
Atualização:

Milton Lyra. Foto: Reprodução

A Operação Omertà, 35ª fase da Lava Jato, conduziu coercitivamente nesta segunda-feira, 26, o lobista Milton Lyra, apontado como operador de propinas do PMDB e lobista com livre trânsito nos gabinetes de senadores da agremiação. Lyra foi alvo também de busca e apreensão pela Polícia Federal.

A Omertà prendeu o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma), homem forte do PT.

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Lyra já foi alvo de buscas na Operação Sépsis, que prendeu o lobista Lúcio Funaro, principal aliado do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB/RJ).

A investigação da Omertà identificou duas entregas de dinheiro a Luiz Gustavo Machado, em São Paulo.

O primeiro repasse, segundo a Procuradoria da República, teria como origem as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), da Petrobrás.

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"Na segunda anotação de entrega, além do registro de que os valores seriam entregues a Luiz Gustavo Machado no mesmo endereço da entrega anterior, foi também inserido o telefone de contato para tratar da entrega. Ao efetuar pesquisa sobre o proprietário do número telefônico, a autoridade policial constatou que o celular está cadastrado em nome de Milton de Oliveira Lyra", descreve a Procuradoria em relatório na Omertà.

Ao pedir as medidas cautelares contra Lyra ao juiz federal Sérgio Moro, a força-tarefa afirmou que é necessário aprofundar as investigações em relação a ele.

"Cumpre destacar, ainda, que, embora a autoridade policial tenha feito referências a notícias de imprensa que veiculam suposto relacionamento entre Milton Lyra e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), a presente medida não busca, de forma alguma, promover qualquer investigação em relação a pessoa detentora de prerrogativa de foro. Aliás, pelo que se observa claramente dos autos, as provas que instruem o presente feito não revelam quaisquer indícios mínimos de cometimento de crime por pessoa detentora de prerrogativa de foro", sustentam os procuradores.

Lyra havia sido citado em delação premiada firmada com a Procuradoria-Geral da República que apontou o suposto repasse de propinas milionárias para senadores do PMDB, entre eles o presidente do Congresso, Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Eduardo Braga (AM).

Nelson Mello, ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas, afirmou em seu depoimento aos procuradores que pagou R$ 30 milhões a dois lobistas com trânsito no Congresso para efetuar os repasses. Lúcio Bolonha Funaro e Milton Lyra seriam os responsáveis por distribuir o dinheiro para os senadores.

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Lyra, por sua vez, afirmava agir em nome dos senadores "da bancada do PMDB" que teriam sido destinatários da maior parte da propina.

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