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Odebrecht desiste da testemunha Dilma

Defesa do empreiteiro preso desde 19 de junho de 2015 comunicou decisão ao juiz Sérgio Moro sob alegação de 'desnecessidade' do depoimento da presidente afastada, 'considerado o quanto já apurado na instrução processual'

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Por Julia Affonso e Ricardo Brandt
Atualização:

Dilma Rousseff. Foto: Evaristo Sá/AFP

A defesa do empreiteiro Marcelo Bahia Odebrecht comunicou o juiz federal Sérgio Moro que desistiu do depoimento da presidente afastada Dilma Rousseff como uma de suas testemunhas em ação penal que responde na Operação Lava Jato. A petista prestaria depoimento por escrito.

Os advogados de Odebrecht haviam arrolado Dilma nos autos da Operação Xepa, 26.ª etapa da Lava Jato. Nesta ação, o empreiteiro é acusado por organização criminosa e lavagem de dinheiro - o processo aponta pagamentos para o marqueteiro do PT João Santana, preso na mesma operação, realizados pelo 'departamento de propinas' da Odebrecht.

 

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A defesa havia arrolado quinze nomes, inclusive Dilma, como suas testemunhas.

Em petição a Moro, na segunda-feira, 11, o criminalista Nabor Bulhões informou sobre a desistência da presidente afastada, mas manteve os outros indicados, inclusive o ex-ministro Antônio Palocci (Governos Lula e Dilma).

"Marcelo Odebrecht", escreveu o advogado Bulhões, "vem respeitosamente a Vossa Excelência, por seu advogado signatário manifestar desistência da inquirição da testemunha Dilma Vana Rousseff, razão por que deixa de formular os quesitos que lhe seriam submetidos para tanto na data de hoje, 11 de julho de 2016."

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Nabor Bulhões anotou. "Embora a desistência não exija fundamentação, o peticionário declara, em respeito a esse douto Juízo, que a sua iniciativa se relaciona à desnecessidade desse depoimento, a esta altura, considerado o quanto já apurado na instrução processual consubstanciada na prova produzida pelo Ministério Público Federal."

Marcelo Bahia Odebrecht está preso desde 19 de junho de 2015. O ex-presidente da maior empreiteira do País já foi condenado a 19 anos e quatro meses de prisão por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa no esquema de propinas montado na Petrobrás.

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