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'O senador vilipendiou de forma decisiva o escopo de um mandato eletivo'

Leia a íntegra da réplica da Procuradoria-Geral da República reiterando denúncia contra Aécio Neves (PSDB) por corrupção e obstrução de justiça no caso JBS

Por Rafael Moraes Moura , Teo Cury e BRASÍLIA
Atualização:

Aécio Neves. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Na réplica aos argumentos da defesa do senador Aécio Neves (PSDB/MG), a procuradora-geral da República Raquel Dodge reiterou o pedido ao Supremo para que receba integralmente a denúncia contra o tucano por suposta 'solicitação e obtenção, junto ao empresário Joesley Batista, de propina, no valor de R$ 2 milhões e por obstrução de Justiça, ao tentar atrapalhar o andamento da Operação Lava Jato'. Raquel revela que Aécio empregou 'todos os seus esforços na tentativa de embaraçar a Lava Jato' e que 'o senador vilipendiou de forma decisiva o escopo de um mandato eletivo'

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Segundo Raquel, o senador atuou 'para aprovar o projeto de lei de abuso de autoridade (PLS 85/2017) e a anistia para crimes de caixa dois, no âmbito da tramitação das chamadas 10 medidas contra a corrupção'. "Também exerceu pressão sobre membros do governo e da Polícia Federal, com o propósito de escolher delegados para conduzir os inquéritos."

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA ALBERTO ZACHARIAS TORON, QUE DEFENDE AÉCIO

O advogado Alberto Zacharias Toron, defensor de Aécio, disse em nota que a manifestação de Raquel Dodge 'foge dos argumentos centrais da defesa e se limita a repetir termos genéricos da denúncia, revelando a fragilidade da acusação'.

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"A própria PGR reconhece que nunca houve qualquer contrapartida por parte do senador Aécio Neves, evidenciando que não houve corrupção ou pedido de vantagem indevida", assinalou Toron.

Segundo o criminalista, a Procuradoria 'reconhece também diversos desvios ocorridos nas heterodoxas negociações da delação envolvendo os executivos da JBS, inclusive a ilegal atuação de Marcelo Miller, quando ainda era procurador da República e silencia-se sobre a participação de membros da instituição na reunião que precedeu a gravação feita pelo sr. Joesley de uma conversa induzida e manipulada envolvendo o senador'.

"Ainda, a PGR reconheceu que o pedido de cautelar não foi protocolizado e tampouco sujeitou-se à distribuição", segue Toron. "Em outras palavras, o procurador-geral à época (Rodrigo Janot) escolheu a seu bel-prazer o juiz que lhe convinha. Tanto é assim que, na sequência, o inquérito envolvendo o senador foi distribuído a outro ministro do STF."

Segundo a avaliação de Alberto Zacharis Toron, na acusação de obstrução à Justiça 'a manifestação do MPF escancara a tentativa de criminalização da lícita atividade parlamentar exercida pelo senador Aécio, omitindo que na votação da lei de abuso de autoridade o senador defendeu e votou a favor da proposta do Ministério Público, o que por si só desmente a acusação'.

"O senador Aécio Neves está convicto de que o STF promoverá a análise justa do caso, que demonstrará que ele e seus familiares não cometeram atos ilícitos."

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