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PF põe em inquérito fotos de Lula com o amigo pecurista

Imagens mostram 'relação de amizade muito próxima' entre ex-presidente e alvo da Lava Jato preso desde 24 de novembro por suspeita de corrupção e gestão fraudulenta

Foto do author Fausto Macedo
Por Ricardo Brandt , Fausto Macedo e Valmar Hupsel Filho
Atualização:

Foto apreendida pela Lava Jato nos endereços de José Carlos Bumlai / Reprodução Foto: Estadão

A Polícia Federal aponta que documentos apreendidos nos endereços do pecuarista José Carlos Bumlai - alvo da 21ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Passe Livre - reforçam a existência de uma "relação de amizade muito próxima" entre ele e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bumlai foi indiciado nesta sexta-feira, 11, pela prática dos crimes de corrupção passiva e gestão fraudulenta.

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"Outro ponto que merece ser reforçado é que, ao contrário do que sustentou José Carlos Costa Marques Bumlai, alguns documentos apreendidos reforçam que ele e Luiz Inácio Lula da Silva mantinham sim relação de amizade muito próxima", afirma o delegado da PF Filipe Hille Pace, da equipe da Lava Jato, em Curitiba - onde o pecuarista está preso desde o dia 24 de novembro.

"São fotos e convites que apresentam ambos em eventos oficiais - ao que parece, em viagem à Angola, por exemplo - e em momentos de intimidade, como festas e visitas."

 Foto: Estadão

Nas fotos - 5 em tamanho médio e 10 em tamanho grande -, Bumlai aparece com Lula, com a ex-primeira-dama Marisa Letícia, empresários e autoridades.

O pecuarista foi indiciado nesta sexta-feira, 11, por tomar um empréstimo de R$ 12 milhões com o Banco Schahin, em 2004, "o qual possivelmente tinha como beneficiário final o Partido dos Trabalhadores".

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"Para tanto, praticou diversas manobras ilícitas em conluio com os gestores de instituições financeiras do Grupo Schahin - o banco e a securitizadora -, consistentes, dentre outras, em produção de diversos documentos ideologicamente falsos, os quais propiciaram vantagens ao próprio grupo e seus dirigentes, bem como a José Carlos Bumlai, uma vez que foi possível quitar, de maneira indevida, o empréstimo tomado inicialmente em 2004", informa despacho de indiciamento da PF.

Para tentar regularizar o empréstimo nunca quitado legalmente, Bumlai teria simulado a dação de embriões de gado nobre para fazendas do Grupo Schahin. "Bumlai sustenta, ainda assim, que a versão dos colaboradores e testemunhas envolvidos nesta apuração é inverídica, alegando que possui todos os documentos que atestam a venda dos embriões bovinos as fazendas do Grupo Schahin", registra a PF, que foi obrigada pela Justiça a ouvir o pecuarista, a pedido da defesa.

 Foto: Estadão

 

 Foto: Estadão
Bumlai (o segundo da direita para a esquerda) Foto: Reprodução

"Os documentos supostamente comprobatórios da venda dos embriões e consequente quitação do empréstimo contêm inconsistências que dão robustez ao corpo probatório já produzido de que se trataram de operações simuladas", registra o delegado.

Contraditório. A PF encontrou também documentos nas buscas da Operação Passe Livre que ligam a família diretamente ao PT. "Alguns (documentos) apresentam informações que contrastam com o depoimento prestado por Bumlai em sede policial." No termo, tomado a pedido da defesa de Bumlai, o pecuarista afirmou que "nem ele nem qualquer de seus filhos foi filiado ao PT".

"No entanto, foi apreendido em seu escritório comercial em Campo Grande/MS documento em que Maurício de Barros Bumlai solicita sua desfiliação da referida agremiação política em 05 de fevereiro de 2014."

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 Foto: Estadão
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