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O que disseram os senadores na sessão sobre impeachment de Dilma

Antes da votação sobre abertura ou não do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), os senadores, alternadamente, tiveram até 15 minutos para discursar

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Por Redação
Atualização:
Senado. Foto: André Dusek/Estadão

Antes da votação sobre abertura ou não do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), os senadores, alternadamente, tiveram até 15 minutos para discursar. A sessão histórica do Senado durou quase 20 horas, adentrando a madrugada desta quinta-feira, 12.  

VEJA O QUE DISSE CADA SENADOR, SEGUNDO A AGÊNCIA SENADO

- ANA AMÉLIA (PP-RS) - Vota a favor

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Primeira oradora da sessão plenária, a senadora Ana Amélia (PP-RS) se disse convencida da existência de provas para que se dê prosseguimento ao processo de impeachment da presidente. "São graves os fatos imputados contra a senhora presidente da República. Diante de todo o material probatório produzido até aqui, há sim enquadramento típico e lastro de provas suficientes para admissibilidade do processo de impeachment, para que a presidente da República se defenda, com todas as garantias previstas na Constituição e asseguradas pelo Supremo Tribunal Federal", afirmou Ana Amélia. A parlamentar destacou a responsabilidade do Senado, transformado em tribunal político, e a seriedade da decisão a cargo dos senadores. "Nós aqui não temos nenhuma alegria, não é feliz o momento de hoje, mesmo sabendo da responsabilidade que paira sobre o nossos ombros e da cobrança da sociedade, que tem pressa", disse. Para Ana Amélia, o exame da denúncia que embasa o pedido de impeachment tem sido conduzido no Senado com respeito às leis, seguindo rito que assegura o amplo direito de defesa e de manifestação do contraditório.

- JOSÉ MEDEIROS (PSD-MT) - Vota a favor

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Senador José Medeiros (PSD-MT). Foto: Pedro França/Agência Senado

Os decretos para abertura de crédito suplementar e as "pedaladas" fiscais, bases da denúncia contra a presidente Dilma, justificam a aprovação do impeachment pelo Senado, na avaliação do senador José Medeiros (PSD-MT). Com os decretos, disse, o governo pretendeu "turbinar" dotações orçamentárias, em desconformidade com a legislação. "Com as pedaladas, o governo tentou varrer a sujeira para debaixo do tapete, não contabilizando dívidas ilegais com bancos públicos. Desse modo, transferia sorrateiramente alguns de seus encargos aos bancos públicos e escondia sua real situação de penúria fiscal", disse. O rito do processo no Senado, opinou José Medeiros, seguiu a Constituição federal e as orientações do Supremo Tribunal Federal (STF). "Esta Casa cumpriu todos os requisitos. Deixamos claro para a nação que o processo foi bem conduzido. Por isso, declaro que vou votar pelo afastamento da presidente da República."

- ALOYSIO NUNES FERREIRA (PSDB-SP) - Vota a favor

O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) encaminhou seu voto favorável à admissibilidade do processo de impeachment da presidente. Para o senador, o relatório de Antonio Anastasia, na Comissão do Impeachment, foi muito preciso ao demonstrar que a presidente cometeu crime de responsabilidade, transgredindo a Lei 1.079/1950 e a Constituição Federal. Aloysio disse ter certeza de que Dilma Rousseff será afastada definitivamente da Presidência da República porque ela não tem mais credibilidade para governar o país. Segundo o senador, a sociedade brasileira não aceita mais Dilma e não vai ser mais passiva como antes. Aloysio Nunes afirmou que Michel Temer vai assumir a Presidência e não decepcionará o país.

- MARTA SUPLICY (PMDB-SP) - Vota a favor

A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) disse estar convencida de que há indícios suficientes de que a presidente Dilma cometeu crime de responsabilidade. Em seu discurso na sessão do Plenário, Marta afirmou que vai votar a favor do relatório de Antonio Anastasia. Apesar de considerar o afastamento da presidente como algo grave, a senadora disse que também é grave a situação do povo brasileiro. Para ela, deve haver, a partir de agora, um compromisso com os interesses maiores do país. Marta disse que o momento é de recuperação e de lutar por uma reintegração da sociedade num projeto nacional que traga um novo horizonte de esperança. "Estamos escolhendo a esperança e não o caos sem amanhã", disse.

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- ATAÍDES OLIVEIRA (PSDB-TO) - Vota a favor

Senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO). Foto: Jane de Araújo/Agência Senado

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O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) avaliou que os crimes de responsabilidade identificados no relatório de Antonio Anastasia se tornam "até insignificantes" diante da quantidade e magnitude de outras "práticas criminosas" que, no seu entender, o PT praticou no poder. Para ele, a edição dos decretos de créditos suplementares e as pedaladas fiscais, tanto as presentes no processo de impeachment quanto as praticadas em anos anteriores, caracterizam crime de responsabilidade. Para Ataídes, a ausência de registro contábil dessas práticas e a compra da refinaria de Pasadena configuram "improbidade administrativa". Segundo o senador, recursos da Petrobras também teriam sido desviados para a campanha eleitoral da presidente em 2014. A gestão de Dilma Rousseff, argumentou Ataídes, estaria deixando ao país uma dívida pública explosiva, cortes nos programas sociais, inflação alta, recessão econômica, alta no desemprego e o rebaixamento da nota de crédito do país por parte das agências de classificação de risco.

- RONALDO CAIADO (DEM-GO) - Vota a favor

Ronaldo Caiado (DEM-GO). Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) disse que a queda do atual governo é a tentativa de por fim a uma gestão que tem trazido "forte retração econômica e prejuízos gigantescos" para empresas como a Petrobrás e a Eletrobrás. O senador citou que a dívida atual da Petrobrás beira os R$ 500 bilhões e, na Eletrobrás, o montante já se aproxima de R$ 50 bilhões. Caiado também acredita que as pedaladas e a "reiterada irresponsabilidade fiscal" da atual gestão, apontadas no processo de impeachment, estão na raiz da crise que tem levado ao fechamento de milhares de empresas e à eliminação de milhões de empregos. Ele ainda criticou o governo pelo deficit de quase R$ 120 bilhões nas contas públicas em 2015 e pelos cortes em programas sociais, como o Pronatec, o Minha Casa Minha Vida, no saneamento básico, na saúde, na segurança e no atendimento a creches.

- ZEZÉ PERRELLA (PTB-MG) - Vota a favor

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O senador Zeze Perrella (PTB-MG) declarou voto pela admissibilidade do impeachment da presidente da Dilma e afirmou que o Brasil não estaria passando por este momento de crise política se fosse governado sob regime parlamentarista. Depois de observar que Dilma é a segunda presidente da República a ser alvo de impeachment no período pós-redemocratização, Perrella fez um apelo para se repensar o modelo político brasileiro. "Os motivos para o impeachment não são só as pedaladas fiscais. O povo foi para a rua contra a roubalheira que os partidos fizeram com o Brasil", afirmou. Perrella classificou o governo Dilma de um "desastre", mas admitiu que a presidente não teria obtido vantagem pessoal com irregularidades na Petrobrás. Mas cobrou sua responsabilidade nos fatos ao afirmar que "ela deixou uma quadrilha assaltar o nosso país".

- LÚCIA VÂNIA (PSB-GO) - Vota a favor

Senadora Lúcia Vânia (PSB-GO). Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

A senadora Lúcia Vânia (PSB-GO) declarouseu voto pela admissibilidade do pedido de impeachment contra a presidente Dilma. A parlamentar afirmou estar convencida de que existem razões de sobra para investigar mais a fundo indícios apontados pelo relator da Comissão Especial do Impeachment, senador Antonio Anastasia, e buscar a responsabilidade da presidente. "A presidente é acusada de abertura de crédito suplementar sem autorização do Poder Legislativo e de contratação ilegal de crédito com instituições financeiras controladas pela União. Trata-se da admissibilidade de denúncia centrada em indícios de irregularidades que podem ameaçar a estabilidade fiscal e monetária do país", alertou Lúcia Vânia.

- MAGNO MALTA (PR-ES) - Vota a favor

Dar seguimento ao processo de impeachment da presidente Dilma não gera satisfação nem alegria, mas é uma escolha necessária, afirmou o senador Magno Malta (PR-ES) em Plenário. A seu ver, além dos crimes de responsabilidade que embasam o pedido, o "conjunto da obra" também contribuiu para que o país chegasse uma situação anômala, que exige solução extrema. "Estamos diante de um corpo febril e assaltado por taxas altíssimas de diabetes. O Brasil hoje é como um corpo diabético, um corpo febril, com uma taxa muito alta e com uma perna cheia de gangrena já há muito tempo, pronta para ser amputada. E a lógica é esta: se amputarmos a perna, salvaremos o corpo; em não amputando a perna, comprometeremos todo o corpo", comparou.

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- RICARDO FERRAÇO (PSDB-ES) - Vota a favor

Senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES). Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

A eleição não é um salvo conduto ou um "cheque em branco" que permita ao governante escolhido se colocar acima das leis. A afirmação foi feita pelo senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) ao justificar voto pelo prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma. Ele mencionou, entre os crimes da presidente, o uso de bancos públicos para financiar políticas públicas e edição de decretos orçamentários sem cobertura fiscal. "O governo mascarou a real situação de suas contas públicas de todas as formas e pelo maior tempo possível. Não foi um ato isolado, circunstancial. Foram vários atos, um delito contínuo. Tudo para lhe garantir a reeleição, a preservação do poder, a todo e qualquer custo", afirmou. O senador destacou ainda que, no presidencialismo, o instituto do impeachment é um instrumento de defesa do Estado contra o mau governante, que se desvia do compromisso de respeitar a lei.

- ROMÁRIO (PSB-RJ) - Vota a favor

Integrante da Comissão Especial do Impeachment, o senador Romário (PSB-RJ) disse que há, sim, indícios de crime de responsabilidade praticado pela presidente Dilma. A admissibilidade do processo, ressaltou o senador, permitirá que os senadores que aprofundem a investigação. "O que votamos hoje é a possibilidade de conhecer melhor os fatos. A decisão foi tomada com muita seriedade, com muito estudo e muita reflexão", disse Romário. Para o senador, o momento é de unir forças para superar a crise sem causar um prejuízo ainda maior para a população. Romário ponderou que "nenhuma mágica vai nos tirar do atoleiro" da crise econômica. Afirmou ainda que não apoiará nenhuma medida que retire direitos do trabalhador, em um possível governo de Michel Temer, que assumirá a Presidência se Dilma for afastado. "É pela mão dos trabalhadores que sairemos dessa crise", assinalou o parlamentar.

- SÉRGIO PETECÃO (PSD-AC) - Vota a favor

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O senador Sérgio Petecão (PSD-AC) afirmou estar convencido de que a presidente Dilma enfrenta o atual processo de impeachment por ter cometido crime de responsabilidade fiscal. Mas discordou de opositores que vem chamando o PT de "corja", afirmando que o partido também reúne pessoas que se preocupam com o país. "Não é desse tipo de política que o Brasil precisa. A população está preocupada com escândalos que todos os dias vêm à tona. A oposição é vítima de um governo truculento, perseguidor, que em momento algum se preocupou com o futuro", declarou Petecão.

- TELMÁRIO MOTA (PDT-RR) - Vota contra

Senador Telmário Mota. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Décimo segundo senador a discursar e o primeiro a defender a presidente Dilma Rousseff, o senador Telmário Mota (PDT-RR) disse que está em curso um "golpe branco", sem "armas de fogo", mas com "caneta, acordos, oportunismos, conchavos e traições". O senador criticou o "ódio e o revanchismo" da oposição, principalmente do PSDB, e do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, que "não estão respeitando o resultado das urnas". "Fala-se em democracia e Constituição, mas essa democracia não está sendo respeitada, porque o voto democrático nas urnas está sendo retirado dos milhões de eleitores que fizeram uma opção", afirmou. O senador questionou a legitimidade do processo de impeachment. Criticou a jurista Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment, que ganhou do PSDB R$ 45 mil para escrever o parecer pró-impeachment. Afirmou ainda que faltou isenção ao senador Antonio Anastasia, relator do processo de impeachment no Senado. "A presidenta Dilma não roubou, não desviou dinheiro e não cometeu crime de responsabilidade", disse Telmário.

- DÁRIO BERGER (PMDB-SC) - Vota a favor

Senador Dário Berger. Foto: Jane de Araújo/Agência Senado

Favorável à admissibilidade do impeachment da presidente Dilma, o senador Dário Berger (PMDB-SC) avaliou que "é chegada a hora de decisões corajosas em favor do povo brasileiro". No seu ponto de vista, a presidente da República descumpriu a Constituição e o atual governo ofendeu gravemente a dignidade da população. "Ninguém está acima da lei, muito menos quem deveria dar o exemplo. Estou fazendo o que estou fazendo com absoluta tristeza. Não há como ficar indiferente a tudo o que aconteceu na vida política e econômica do país", afirmou Dário.

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- SIMONE TEBET (PMDB-MS) - Vota a favor

Senadora Simone Tebet (PMDB-MS). Foto: rafagon/Agência Senado

O impedimento da presidente Dilma Rousseff representará a transposição de barreiras que impedem o desenvolvimento do país, na avaliação da senadora Simone Tebet (PMDB-MS). Como afirmou na sessão desta quarta-feira, a mudança de governo é necessária para que o país possa retomar o crescimento, conter a inflação e gerar empregos. "Há um muro muito grande a separar o povo brasileiro de seu futuro e é esse muro que venho a partir de hoje derrubar. É o muro da crise econômica, social e institucional, da instabilidade e da insegurança jurídica." Para a senadora, a presidente da República cometeu crime de responsabilidade ao descumprir a meta fiscal, gastar "o que não podia" em ano eleitoral e depois cortar gastos para cobrir o rombo no Orçamento da União, comprometendo a realização de obras públicas e investimentos essenciais à população, como os previstos para a saúde e a educação. "Venho com convicção afirmar ao Brasil que voto sim pelo juízo de admissibilidade desse processo de impeachment."

- CRISTOVAM BUARQUE (PPS-DF) - Vota a favor

Depois de lembrar que há mais de 50 anos esteve entre os estudantes que defenderam o governador Miguel Arraes (1916-2005) no Palácio do Campo das Princesas, durante o Golpe de 1964, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) disse que com a mesma convicção votará pela abertura do julgamento da presidente Dilma. O senador afirmou que não foi ele que mudou, mas os que agora estão no poder. Ele observou que os riscos para o país são grandes. Mas a admissibilidade do processo, afirmou, será oportunidade para que se possa debater a crise brasileira "em toda a sua profundidade". "[O voto pela admissibilidade] é um voto para que o Brasil seja passado a limpo" afirmou, sublinhando que não sabe ainda como votará ao final do julgamento de Dilma, ao fim do afastamento da chefe de Estado. Cristovam disse haver indícios de que os atos tratados na denúncia contra Dilma tenham sido sistemática e intencionalmente repetidos, visando maquiar resultados do Tesouro Nacional para impedir que a sociedade brasileira fosse alertada sobre as consequências de tais atos. Entre os aspectos a serem analisados, o parlamentar destacou o envelhecimento da esquerda brasileira, que hoje a seu ver mostra desapego à democracia, apego ao poder e preferência ao assistencialismo, em detrimento da transformação social.

- ANGELA PORTELA (PT-RR) - Vota contra

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Senadora Ângela Portela (PT-RR). Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

A senadora Ângela Portela (PT-RR) lamentou o provável desfecho do afastamento da presidente Dilma com o resultado da votação da admissibilidade do processo de impeachment pelo Plenário. Segundo a senadora, não houve crime de responsabilidade e a oposição tem um "desejo incontrolável de subverter a vontade das urnas" de 2014. Ângela declarou seu voto contrário ao prosseguimento do processo de impeachment e disse que o afastamento de Dilma e o novo governo que se organiza vão causar o retrocesso em matéria de direitos sociais. "Estaremos afastando também uma proposta de governo vitoriosa nas urnas e, com ele, um projeto generoso de redesenho da sociedade. É um projeto que prevê inclusão, proteção das minorias, redução das desigualdades, crescimento econômico com justiça."

- JOSÉ MARANHÃO (PMDB-PB) - Vota a favor

Para o senador José Maranhão (PMDB-PB), o aprofundamento da crise econômica, com suas conseqüências que levaram ao aumento da inflação, do desemprego e a uma precarização ainda maior dos sistemas de saúde e educação, tiveram origem na lassidão fiscal que provoca neste momento, por meio do impeachment, a queda do governo Dilma. Ainda segundo o senador, essa mesma crise tem sido o grande combustível do descontamento popular, o que fez com que a maioria da população hoje apoiasse o processo. Ele acredita que são os mais pobres quem mais sofrem pela opção do governo por uma política econômica "equivocada". Ele ainda manifestou sua posição contrária neste momento à adoção de propostas de viés parlamentarista, defendendo que a história brasileira mostraria que alterações de sistemas políticos não são o melhor caminho para a superação de crises.

- JOSÉ AGRIPINO (DEM-RN): Vota a favor

Senador José Agripino (DEM-RN). Foto: Beto Barata/Agência Senado

O senador José Agripino (DEM-RN) citou o déficit de quase R$ 120 bilhões nas contas do governo em 2015, ante uma previsão inicial de superávit de R$ 55 bilhões, como exemplo 'da irresponsabilidade da presidente Dilma'. Favorável à abertura do processo de impeachment, ele disse que o governo precisou de última hora pedir a mudança da meta fiscal para pagar as pedaladas, um dos crimes de que está sendo acusada a presidente. "E impôs ao Congresso votar uma sujeira, que foi uma arrumação da cena do crime. Praticaram o crime e obrigaram o Congresso, não com o nosso voto, a limpar a cena do crime, oferecendo o atestado de que eles tinham cumprido a Lei Orçamentária. Cumpriram depois de praticar o delito", afirmou. Agripino também salientou o contraste entre a atual gestão e o esforço feito no país nos anos 90 para recuperar o país, com o fechamento de 23 bancos estaduais e a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal. A seu ver, o governo se acostumou com a gastança e não hesitou em quebrar o país.

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- JORGE VIANA (PT-AC): Vota contra

Senador Jorge Viana (PT-AC). Foto: Beto Barata/Agência Senado

O senador Jorge Viana (PT-AC) afirmou que o país vive uma situação de anormalidade institucional e que o pedido de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff, equivale a uma golpe de Estado. Ao se manifestar contra a abertura do processo na sessão que examina sua admissibilidade, Jorge Viana apelou ao Senado por uma atitude que, a seu ver, esteja à altura dos seus 190 anos de história. "Não é justo fazer o que estão tentando fazer com a democracia brasileira. Não é justo porque não estão cassando a presidenta Dilma, estão cassando a soberania do voto popular", afirmou. Com o afastamento da presidente, afirmou Viana, o governo que vier, do vice-presidente Michel Temer, será "ilegítimo" e não governará. Salientou que estão fazendo uma rampa aos fundos do Palácio do Planalto, a única que poderá ser usada pelo sucessor, "porque a da frente é para os eleitos". Jorge Viana também atribuiu a queda de Dilma a Eduardo Cunha, que acolheu o processo de impeachment. Acusado de corrupção, Cunha foi afastado da presidência da Câmara dos Deputados pelo Supremo Tribunal Federal. Jorge Viana também enalteceu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu governo. O senador criticou o PSDB e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. E afirmou que, o PT, ao sair do poder com o afastamento de Dilma, entregará um país melhor do que recebeu há 13 anos.

- ACIR GURGACZ (PDT-RO): Vota a favor

Ao anunciar seu voto pela admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) afirmou que, junto com o Supremo Tribunal Federal (STF), o Senado precisa trabalhar duro, assegurando o direto de defesa da presidente e julgando com calma e critérios técnicos o impeachment para que seja possível "virar a página da crise". Acir disse ainda que o povo quer mudança, com as reformas tributária e política, sem desvios de recursos e sem corrupção. "O Brasil quer voltar a crescer, o país precisa de paz e tranquilidade. Os brasileiros e brasileiras não suportam mais essa crise moral, ética e econômica. Não há mais como repactuar a governabilidade entre o atual governo e o Congresso Nacional. Esse cabo de força está levando a economia à recessão, que ameaça o setor produtivo e leva a população ao desemprego", afirmou.

- FÁTIMA BEZERRA (PT-RN) - Vota contra

"Tragédia e farsa" foi como a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) classificou a sessão do Senado desta quarta-feira, em que é analisada a admissibilidade de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma. Declarando seu voto contrário à abertura do processo, a senadora afirmou que os "golpistas" usaram de todos os artifícios possíveis para cobrir com "manto da legalidade" o que de fato se configura em um golpe de Estado. A senadora defendeu Dilma, garantindo que ela não cometeu nenhum crime de responsabilidade e afirmou que o impeachment é apenas "a fantasia que oculta um projeto político derrotado nas eleições". Para Fátima Bezerra, o PSDB entra para a história como um partido de "coveiros da democracia". "Se as ações da presidente não configuram crime e não há dolo, o Senado está se transformando neste exato momento em um tribunal de exceção -- acusou a senadora, afirmando que a presidente, "uma mulher íntegra e honesta será afastada como se fosse criminosa", disse. A senadora terminou seu discurso homenageando nomes históricos da esquerda e exaltando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma, ambos do PT. "Quem escolhe o lado certo da história nunca sai derrotado", afirmou.

- EDUARDO AMORIM (PSC-SE): Vota a favor

Pronunciando-se a favor da admissibilidade do impeachment, o senador Eduardo Amorim (PSC-SE) avaliou que a presidente Dilma extrapolou sua competência e violou a lei orçamentária ao abrir créditos suplementares sem autorização. Ele acrescentou que os atos questionados no processo de impeachment foram intencionais e realizados de forma "milimetricamente planejada", apesar das advertências do Tribunal de Contas da União sobre sua ilegalidade. O senador considera que o afastamento de Dilma é necessário para recuperar o equilíbrio entre os poderes da República, abalado por atos que tiveram consequências negativas para a economia do país: Amorim citou a elevação dos índices de desemprego e condenou o crescente descaso com a população que depende dos serviços públicos. Ele sublinhou que o brasileiro demanda "respeito ao suor de seu trabalho" e espera que, uma vez aprovado o impeachment, as pedaladas fiscais não mais se repitam.

- WILDER MORAIS (PP-GO): Vota a favor

O senador Wilder Morais (PP-GO) anunciou seu apoio ao afastamento da presidente Dilma. Para o senador, o Brasil vive um momento importante e os senadores são chamados para uma decisão histórica. Ele destacou que o Brasil vive uma grave crise política, econômica, de confiança e de representatividade. Wilder Morais ainda defendeu uma série de reformas, sublinhou as denúncias de corrupção, apontou a fragilidade fiscal do país e elogiou o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), pela admissibilidade do impeachment. Ele também disse ter confiança em um eventual governo de Michel Temer, que assume o poder no eventual afastamento de Dilma. "A maioria da população rejeita sua governante. Acreditar que esse processo [de impeachment] é um golpe é a mesma coisa de acreditar que um agente público pode agir sem responsabilidade", afirmou o senador.

- AÉCIO NEVES (PSDB-MG): Vota a favor

Aécio Neves. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que o Senado precisa cumprir seu dever constitucional de ratificar a decisão da Câmara dos Deputados pela abertura do processo de impeachment da presidente Dilma. O presidente do PSDB nacional considera que as violações à Lei de Responsabilidade Fiscal justificam o impeachment de Dilma. E frisou que a presidente da República pode delegar atribuições, mas não tem o direito de transferir responsabilidades que são suas. Aécio Neves mencionou indicadores negativos da economia brasileira. E destacou que os atos deliberados de Dilma geraram instabilidade no país e um descontrole que resultou na maior recessão econômica da História da República. O senador pediu atenção à voz das ruas, lembrando que os brasileiros se manifestaram maciçamente contra o desprezo à verdade, à ética e à correção na coisa pública, e acusou Dilma de praticar atos "acima da lei e da ordem". Aécio Neves também mencionou a campanha presidencial de 2014, quando já alertava a presidente sobre o risco das pedaladas fiscais, mas Dilma não teria correspondido à tentativa de debate "republicano" sobre os rumos do país.

- ÁLVARO DIAS (PV-PR) - Vota a favor

Senador Álvaro Dias (PV-PR). Foto: Beto Barata/Agência Senado

O senador Alvaro Dias (PV-PR) declarou seu voto pelo impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff. Para o senador, Dilma feriu de forma visível os alicerces básicos da Lei de Responsabilidade Fiscal, cometendo, assim, crime de responsabilidade. Alvaro Dias criticou o desastre administrativo de Dilma e a sequência de denúncias de corrupção envolvendo o governo. Na visão do senador, o impeachment começou há muitos anos. Ele lembrou que, em 2005, época do escândalo do mensalão, chegou a pedir o impeachment do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). "Se as providências tivessem sido tomadas no tempo devido, o país não estaria assistindo a este rombo nos cofres públicos, nem ao crescente desemprego e à alta da inflação", afirmou o senador.

- WALDEMIRMOKA (PMDB-MS): Vota a favor

Ao defender a admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma, o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) afirmou em Plenário que está convicto da existência de elementos suficientes para a abertura do processo e consequente afastamento da presidente da República. Para Moka, as irregularidades fiscais do governo Dilma começaram em 2013 e acabaram por influenciar o resultado das eleições de 2014. "Essas fraudes são responsáveis pelo aprofundamento da crise econômica brasileira. É um governo negligente que não reconhece seus erros. Estamos aqui hoje para julgar um governo populista, incompetente, perdulário e arrogante", disse. Moka também registrou trecho da decisão do ministro do STF, Teori Zavascki, ao negar recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) para tentar suspender o processo de impeachment. De acordo com o senador, o ministro afirmou que o juiz constitucional desse processo é o Senado que, ao ser autorizado previamente pela Câmara, assume o papel de tribunal, "cuja decisão de mérito é insuscetível de reexame, mesmo pelo STF".

- ROBERTO REQUIÃO (PMDB-PR): Vota contra

Senador Roberto Requião (PMDB-PR). Foto: Beto Barata/Agência Senado

Ao declarar seu voto contrário à abertura do processo contra a presidente Dilma Rousseff, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou que o instituto do impeachment está sendo usado como "uma espécie de referendo revogatório ou recall parlamentar", instrumentos que não existem na legislação brasileira. Requião disse que o impeachment "depende de um crime de responsabilidade", algo que a presidente Dilma nunca praticou em sua opinião. "É evidente que esse crime de responsabilidade não ocorreu. E se tivesse ocorrido, teria ocorrido também em 16 estados, inclusive em Minas Gerais, estado do relator do processo", disse. O senador declarou ainda que o mesmo tipo de decreto de crédito suplementar assinado por Dilma também já foi solicitado pelo Tribunal de Contas da União, pelo Supremo Tribunal Federal e até pelo Senado, além de ter sido feito por muitos dos presidentes anteriores a Dilma. Nesse momento, o presidente do Senado, Renan Calheiros, interrompeu o colega para afirmar que "o Senado não assina esse tipo de decreto". Renan acrescentou que o Senado vem devolvendo dinheiro ao Tesouro há vários anos, fruto da redução de despesas. Requião continuou então seu discurso e disse que esse atual processo de impeachment não tem base legal e afirmou que o Brasil está "sem esperança", pois quem assumirá com o afastamento de Dilma é Michel Temer que, de acordo com Requião, está vinculado à "utopia neoliberal, a mesma que desgraçou a Europa". "Eu vejo o desastre chegando, porque ninguém conserta esse país com neoliberalismo", assinalou Requião, antes de afirmar que dentre os futuros ministros de Temer há pessoas "absolutamente inadequadas para comandar a República".

- MARCELO CRIVELLA (PRB-RJ): Vota a favor

Senador Marcelo Crivella. Foto: Beto Barata/Agência Senado

"Se de um lado não resta sombra de dúvida de que a presidente Dilma Rousseff é honesta e tem relevantes serviços prestados ao país, também não resta dúvida de que restam indícios de crimes de responsabilidade praticados na sua gestão, além da grave crise econômica, política e social, em tese advinda dela". A avaliação é do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), ao destacar que o seu voto favorável ao impedimento não representa a condenação antecipada de Dilma, mas a confiança depositada na apuração que passa a ser conduzida pelo Senado, sob o comando do presidente do Supremo Tribunal Federal, com a garantia de ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal.

- RANDOLFE RODRIGUES (Rede-AP): Vota contra

Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Foto: Beto Barata/Agência Senado

O PT e o PMDB são "irmãos siameses da crise e faces da mesma moeda", disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), para quem a deposição de Dilma não será suficiente para debelar a crise por que passa o país. A solução, segundo ele, seria a convocação de novas eleições para presidente e vice-presidente da República pela Justiça Eleitoral. Para tanto, Randolfe cobrou celeridade no julgamento de impugnação de mandato eletivo da chapa Dilma-Temer, em curso na Justiça Eleitoral, e avaliou que houve captação ilícita de sufrágio pela chapa vencedora das últimas eleições presidenciais. O senador observou que o processo não pode demorar a ser julgado, haja visto as cobranças da própria sociedade. Para o representante do Amapá, somente o voto popular dará resposta à crise política, uma vez que o impedimento de Dilma interessa apenas às "velhas e carcomidas elites políticas" brasileiras.

- LASIER MARTINS (PDT-RS): Vota a favor

Senador Lasier Martins (PDT-RS). Foto: rafagon/Agência Senado

O senador Lasier Martins (PDT-RS) destacou em seu pronunciamento as razões para apoiar a abertura do processo de impeachment contra a presidente. Na avaliação dele, Dilma Rousseff cometeu crimes políticos e administrativos. Segundo o parlamentar, ela não roubou pessoalmente, mas foi negligente em relação àqueles que roubaram e manteve "vínculos comprometedores". "Sobram razões de cunho político para o exame que estamos fazendo, no governo Dilma, aliado ao governo Lula, tivemos a ruína da Petrobras. Se fosse uma empresa privada hoje estaria falida", afirmou. Lasier também acusou Dilma de se valer de uma "propaganda sedutora" na campanha para reeleição ao prometer superávit econômico, mas que, segundo ele terminou frustrando as expectativas do eleitorado, ao esconder a realidade financeira e "lançar o país no descrédito". Ele citou o desprestígio internacional, o desemprego e a inflação como motivos para o impeachment. "Dilma aniquilou a economia nacional. A presidente hoje não tem credibilidade, não tem apoios no Congresso Nacional, não tem planos, só coleciona déficits. E ainda há quem queira sua continuação. Ora, só se for para sepultar o país na sua decadência", disse.

- VANESSA GRAZZIOTIN (PC do B-AM): Vota contra

Em pronunciamento, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) considerou a admissibilidade do processo de impeachment da presidente da República uma "injustiça com a história e principalmente com o povo brasileiro". A parlamentar classificou de fraca e ilegítima a denúncia contra Dilma. Vanessa voltou a afirmar que faltam fundamentos jurídicos para a condenação por crime de responsabilidade e mais uma vez chamou de golpe o processo de afastamento da presidente, arquitetado, segundo ela, por políticos do PSDB. "Caso este Plenário aprove a instauração do processo, estaremos diante de uma das maiores afrontas perpetradas à Constituição brasileira; uma das maiores fraudes ao estado democrático de direito; um verdadeiro golpe parlamentar destinado a atender a interesses pouco republicanos, de uma elite inconformada com o resultado das urnas em 2014."

- REGUFFE (SEM PARTIDO-DF): Vota a favor

Senador Reguffe. Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado

O senador Reguffe (sem partido-DF) anunciou seu voto a favor da abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma argumentando que ela cometeu crime de responsabilidade. O senador explicou que, ao gastar mais do que arrecadou, ferindo a Lei de Responsabilidade Fiscal, e ao editar os decretos de crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional, a presidente cometeu crime de responsabilidades, conforme determina a Constituição Federal. "O governo não pode gastar mais do que arrecada. Isso para mim é um princípio. Quando governo gasta mais do que arrecada, quem paga o preço é contribuinte, com aumento de impostos para cobrir o déficit. E é esse contribuinte que eu represento nessa Casa", afirmou o senador. Reguffe aproveitou o discurso em Plenário para sair em defesa da população de Brasília, que, segundo ele, estava sendo chamada de corrupta em publicações na imprensa de outros estados. "Brasília não é uma cidade corrupta. Corrupto são os governos, os políticos, os parlamentares. A maioria esmagadora da população de Brasília é formada por pessoas honestas, de bem, trabalhadoras e que não merecem ser chamadas de corruptas Brasil a fora", assinalou.

- HÉLIO JOSÉ (PMDB-DF): Vota a favor

Senador Hélio José. Foto: Beto Barata/Agência Senado

O senador Hélio José (PMDB-DF) disse que o compromisso democrático deve prevalecer às opiniões pessoais na hora de decidir como votar no processo de admissibilidade de impeachment da presidente Dilma. Afirmou que, após ouvir as alegações tanto da acusação quanto da defesa, acreditava que estaria preparado para fazer a sua escolha, mas isso não aconteceu de pronto. "Todavia declinei-me pela robustez e grande força jurídica do relatório do senador Antonio Anastasia. Neste momento devo dizer que votarei pela admissibilidade do processo", declarou o senador. Hélio José disse que chegou a essa conclusão em respeito à Câmara dos Deputados. Além disso, alegou haver enorme diferença entre a admissibilidade do processo e o julgamento do mérito, quando será decidido se Dilma Rousseff será efetivamente afastada do comando do País.

- CÁSSIO CUNHA LIMA (PSDB-PB): Vota a favor

Senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) afirmou, ao anunciar voto favorável à abertura do processo de impeachment, que a presidente Dilma cometeu, sim, crime de responsabilidade. Segundo o senador, a presidente atentou contra a Constituição Federal e contra os artigos 10 e 11 da Lei 1.079 "A presidente promoveu a maior fraude fiscal já vista no nosso país. E cada vez mais as pessoas começam a associar essa que é a mais grave e profunda crise do nosso país com os delitos por ela praticados. Está cada vez mais nítido para a população que foram os crimes de responsabilidade, que foi a irresponsabilidade da presidente, que empurrou o Brasil para a gravidade do quadro atual", declarou. Cássio destacou ainda que o vice-presidente Michel Temer tem legitimidade para assumir a Presidência da República, uma vez que recebeu os mesmos 54 milhões de votos da presidente. O senador ressaltou que, no dia da votação, a foto do candidato a vice aparece na urna eletrônica junto com a foto do candidato majoritário, exatamente para que o eleitor saiba quem é o vice que está escolhendo e que pode vir a assumir o mandato. "Mas não adianta mais ficarmos discutindo o mandato desastroso da presidente, que termina hoje sem sequer ter começado. O que está havendo hoje no Brasil é muito grave, mas não podemos nos iludir que a partir desse instante encerra-se um ciclo. Ao contrário, estamos apenas no começo. No começo de um caminho que será árduo, difícil, complexo, duro, e que exige grandeza, patriotismo e amor pelo Brasil", assinalou.

- REGINA SOUSA (PT-PI): Vota contra

Senadora Regina Sousa (PT-PI). Foto: Beto Barata/Agência Senado

  Ao declarar voto contrário à admissibilidade do pedido de impeachment, a senadora Regina Sousa (PT-PI) falou que vale tudo para derrubar a presidente Dilma. Elencou algumas ações da oposição para paralisar o país, como atraso na votação da Lei Orçamentária e os vazamentos seletivos da Operação Lava Jato. Lembrou que a conspiração começou a tomar forma três meses após a posse de Dilma, com direito a aulas de estratégia. Esse grupo conspirador, segundo Regina Sousa, é comandado pelo deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) e teve o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, como um dos agentes jurídicos. "Logo, logo vai ficar claro quem vai pagar o pato. Os negros, indígenas, mulheres, população LGBT, religiões de matriz africana, política de cotas, Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e Luz para Todos. Aguardem", alertou Regina. A senadora também repudiou agressões da Polícia Militar do Distrito Federal, na noite desta quarta-feira, 11, aos manifestantes contrários ao impeachment da presidente Dilma que estavam na Esplanada dos Ministérios.

- ARMANDO MONTEIRO (PTB-PE): vota contra

O senador Armando Monteiro (PTB-PE). Foto: Agência Senado

O senador Armando Monteiro (PTB-PE), que exerceu até 10 de maio o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, classificou o impeachment de Dilma Rousseff como abertura de "gravíssimo precedente" de ruptura na ordem institucional do país. Ele rejeitou as acusações de crime de responsabilidade e frisou que Dilma é submetida a um juízo eminemente político, permitido por uma legislação inadequada às circunstâncias de hoje. Armando Monteiro cumprimentou o governo pelo "apoio irrestrito" que recebeu como ministro e destacou o esforço de Dilma para equilibrar as contas do País: em sua opinião, a presidente sempre se inclinou por uma posição mais favorável do ponto de vista fiscal, ainda que pudesse desagradar a alguns setores. O senador, porém, lamentou que a disputa política no Congresso tenha levado à aprovação de projetos que não se conformavam com a responsabilidade fiscal, como as novas regras para reajuste de servidores do Poder Judiciário e de aposentados e pensionistas. Ele acrescentou que, em sua opinião, a abertura de créditos suplementares não afetou a meta de superávit e não pode ser alegada como pressuposto jurídico do impeachment.

- ANTÔNIO CARLOS VALADARES: vota a favor

Antonio Carlos Valadares. Foto: Divulgação

O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) defendeu o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Segundo o senador, a denúncia demonstra os indícios de ilegalidades praticadas pela presidente. O senador reconheceu os avanços do governo Lula (2003-2010), mas fez críticas à gestão de Dilma. Ele acrescentou que o PSB vem mantendo coerência em todo o processo de afastamento de Dilma, pois vinha fazendo críticas ao governo desde o fim do primeiro mandato da presidente. "O PSB sempre agiu e continuará agindo com responsabilidade. Nosso partido vai trabalhar para que esse processo seja conduzido com respeito aos princípios constitucionais", declarou. O senador também disse que a grave crise de hoje decorre da desorganização do sistema político brasileiro. Ele defendeu a reforma política e lamentou os "ânimos exaltados" do momento. Valadares ainda sugeriu a implantação do recall, recurso em que os próprios eleitores podem retirar o mandato de um político. Para o senador, o presidencialismo de coalizão está falido. Em sua opinião, o parlamentarismo ou o semi-presidencialismo poderiam ter evitado o agravamento da atual crise política.

- FERNANDO COLLOR DE MELO (PTC-AL): indefinido

O senador Collor é alvo da Lava Jato. Foto: Dida Sampaio/Estadão

O senador Fernando Collor (PTC-AL), denunciado na Operação Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro, cassado da Presidência da República em outubro de 1992, declarou nesta quarta-feira, 11, ser favorável ao impeachment da presidente Dilma. Foi o 38.º senador a declarar seu voto na sessão histórica do Senado. "A história me reservou este momento. Devo vivê-lo no estrito cumprimento de um dever. Tudo nos prova que a cada dia os nossos costumes se abrandam, os espíritos se esclarecem e a razão conquista terreno", afirmou, citando o filósofo franco-alemão Barão d'Holbach (1723-1789). Inicialmente, Collor lembrou detalhes do seu próprio impeachment, que parou o País há 24 anos. Lembrou que o parecer pelo afastamento de Dilma tem 128 páginas. O parecer por seu impeachment tem 'meia página, apenas dois parágrafos, apenas dois parágrafos'. Em seguida, fez pesadas críticas à gestão da petista. "Uma nova política precisa se estabelecer. Seja qual for o resultado de hoje, precisamos virar esta página, repensar em instituir a política pela qual a sociedade clama. O atual processo de impeachment nada mais é do que a tentativa de a partir do passado, aplainar o presente para decantar o futuro. O futuro em que precisaremos conciliar uma altiva e corajosa voz de comando do Executivo com a moderadora e conciliadora voz do Legislativo", afirmou.

- VALDIR RAUPP (PMDB-RO): vota a favor

O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) confirmou em seu discurso o apoio ao afastamento da presidente Dilma Rousseff. Raupp lamentou a crise política e o aumento do desemprego. Para o senador, o próximo governo terá um grande desafio pela frente, mas o vice-presidente, Michel Temer, tem capacidade para tanto. "Entre tantos desafios, o Brasil precisa retomar o crescimento econômico e o desenvolvimento social. Que a partir de amanhã, uma nova página de progresso possa começar a ser escrita em nosso país", declarou. Raupp também fez uma defesa do vice-presidente Temer. Alguns senadores governistas disseram que Temer também assinou os mesmos tipos de decretos considerados irregulares sob a responsabilidade de Dilma. Segundo Raupp, porém, Temer não fez nada de ilegal. Ele ainda acrescentou que, sob o governo Temer, continuará lutando pelos interesses de Rondônia.

- PAULO BAUER (PSDB-SC): vota a favor

O tucano Paulo Bauer. Foto: Beto Barata/Agência Senado

Ao declarar seu apoio à continuidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o senador Paulo Bauer (PSDB-SC) elogiou o parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) e disse que não há dúvidas de que a presidente cometeu crime de responsabilidade. Bauer afirmou que a presidente da República descumpriu a Lei Orçamentária e desrespeitou a Constituição, caracterizando o crime de responsabilidade. Ele acrescentou que a Câmara e Senado estão seguindo todos os trâmites legais no processo. "Houve ofensa à lei, houve ofensa à Constituição, houve crime de responsabilidade. Impeachment não é golpe, não, é mecanismo legal e constitucional", afirmou Bauer.  

- GARIBALDI ALVES (PMDB-RN): vota a favor

 

O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) anunciou seu voto favorável à abertura do processo de impeachment da presidente Dilma, afirmando que, depois de "exaustivas reuniões na comissão especial", em que foram ouvidos juristas, especialistas e mestres, ficou convencido de que há "consistentes indícios" de que a presidente atentou contra a Constituição, incorrendo em crime de responsabilidade. Garibaldi pediu, no entanto, que passado o trauma que a decisão a ser tomada nesta sessão pelo Senado Federal, é preciso que a Casa, o Congresso e a sociedade se debrucem sobre a discussão de uma reforma política. "Creio ser chegada a hora de o Senado, o Congresso e toda a sociedade se debruçarem sobre as causas dessa anomalia que hoje estamos vivendo para de vez erradicá-la do cenário nacional. Devemos fazer uma reforma política radical, começando pela reforma partidária", defendeu.

- GLADSON CAMELI (PP-AC): vota a favor

Ao declarar apoio à continuidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o senador Gladson Cameli (PP-AC) afirmou que a presidente é acusada de dois crimes de responsabilidade: a abertura de créditos suplementares sem autorização do Congresso Nacional e a contratação ilegal de operações de crédito com instituições financeiras controladas pela União. "Esses atos mostraram sérios indícios de graves e repetidos atentados a princípios da Constituição Federal, no caso a separação dos Poderes, o controle parlamentar das finanças públicas, a boa gestão do dinheiro público e o respeito às leis orçamentárias, elementos imprescindíveis da boa governança e da democracia", disse.

- OMAR AZIZ (PSD-AM): vota a favor

Omar Aziz (PSD-AM). Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Ao anunciar seu voto pela abertura do processo de impeachment, o senador Omar Aziz (PSD-AM) afirmou que a presidente Dilma Rousseff errou ao não falar a verdade para a população logo após a eleição de 2014. Na opinião do senador, se a presidente tivesse sido honesta com a população sobre a situação financeira do país naquele momento, não estaria enfrentando toda essa crise neste momento. "O povo é bom, o povo é compreensivo, teria entendido", afirmou. Omar mandou também um recado ao vice-presidente Michel Temer: para que ele escolha um ministério técnico e não ceder às pressões de partidos aliados. O senador disse estar preocupado porque tudo parece que continuará do mesmo jeito no governo.

- JOÃO CAPIBERIBE (PSB-AP): vota contra

O PT e o PMDB deveriam reconhecer que fracassaram e apoiar a realização de novas eleições para presidente e vice-presidente da República. A avaliação foi feita nesta quinta-feira (12) pelo senador João Capiberibe (PSB-AP), para quem Dilma Rousseff e Michel Temer falharam na condução do governo. Capiberibe destacou que o Brasil tem hoje 10,4 milhões de desempregados e milhares de empresas fechando as portas. O senador destacou que a busca por uma solução racional e duradoura deveria ser a maior preocupação da classe política no presente momento. Ele acredita que, a despeito do resultado do processo do impeachment , o Brasil continuará mergulhado na crise atual. Ele apontou ainda a existência de uma briga de poder entre dois partidos, o PT e o PMDB, que governaram juntos durante cinco anos, e agora confrontam-se e levam o país a uma situação sem esperança.

- LÍDICE DA MATA (PSB-BA): vota contra

O momento atual é grave, e o Senado prepara-se para uma decisão "no mínimo dramática", pois poderá afastar uma presidente eleita pelo voto de 54 milhões de eleitores. A avaliação é da senadora Lídice da Mata (PSB-BA). Segundo ela, o que menos se ouve é a comprovação dos crimes atribuídos a Dilma, substituída pelo falacioso argumento do conjunto da obra, aí incluídos o desemprego, a crise econômica e a falta de diálogo por parte da presidente da República, entre outros. Isso em desrespeito aos princípios constitucionais. Lídice afirmou que o processo contra Dilma é "político e contaminado por grave e irreparável pecado original, o de ter sido urdido e conduzido por gesto de vingança pessoal pelo presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, em flagrante desvio de finalidade e aprovado em clima de euforia por parlamentares e partidos citados na Operação Lava Jato.

- FERNANDO BEZERRA (PSB-PE): vota a favor

Fernando Bezerra. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Para embasar sua posição a favor da admissibilidade da abertura de inquérito contra a presidente da República, o senador Fernando Bezerra (PSB-PE) analisou os pontos principais da denúncia: a violação da lei orçamentária, a contratação ilegal de operações de crédito, as chamadas pedaladas fiscais. Para o parlamentar, o crime de responsabilidade é confirmado no relatório do senador Antonio Anastasia. Além disso, completou, a denúncia é também plausível de acordo com os dados do Tribunal de Contas da União (TCU), ao apontar os prejuízos das manobras do governo na economia, que resultou em déficit de R$ 118 bilhões. O senador ainda citou a falta de diálogo político que teria levado o país a um "cenário de ingovernabilidade". "Ressalto ainda que o país precisa avançar para a superação do impasse político; precisa buscar uma alternativa que torne possível enfrentar o atual cenário de crise política e econômica, algo que o atual governo já se mostrou incapaz de fazer", concluiu.

- LINDBERGH FARIAS (PT-RJ): vota contra

As elites brasileiras nunca tiveram compromisso democrático e isso é provado pela história. A constatação é do senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Entre os exemplos, lembrou da frase do jornalista Carlos Lacerda sobre Getúlio Vargas: "Não pode ser candidato. Se for, não pode ser eleito. Se eleito, não pode tomar posse. Se tomar posse, não pode governar". Outro caso, segundo o senador do PT do Rio de Janeiro foi quando em 2 de abril de 1964, o então presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, declarou vaga a Presidência da República, apesar de o presidente João Goulart estar no Brasil. Lindbergh Farias reforçou que o processo de impeachment não passa de um "golpe parlamentar" e para ele, o maior derrotado nesse episódio é o PSDB. "É o maior derrotado. O senador Aécio, em julho, tinha 35% das intenções de voto. Agora tem 17%. Eles não tiveram coragem e altivez de demarcar campo com aqueles que defendiam a intervenção militar. Ficaram de braços dados com Bolsonaro", analisou Lindbergh.

- PAULO ROCHA (PT-PA): vota contra

Paulo Rocha (PT-PA). Foto: Agência Senado

O senador Paulo Rocha (PT-PA) afirmou que a Operação Lava-Jato está sendo usada para criminalizar a política e quem está no poder. Segundo ele, a investigação é também um instrumento de disputa político-partidária, com especial foco ao Partido dos Trabalhadores. Paulo Rocha garantiu que Dilma Rousseff não cometeu crime de responsabilidade, mas isso não interessa aos defensores do afastamento da presidente. Os favoráveis ao impeachment, ou golpe, de acordo com Paulo Rocha, preferem se ater ao que chamam "o conjunto da obra". Para o senador, Dilma Rousseff vai pagar o preço por ser honesta com a maior pena que se pode aplicar a uma pessoa pública. No entanto, a principal perdedora nessa história será a democracia. "Quem mais perderá, na realidade, serão as nossas instituições. Será a integridade da nossa Constituição. Será a democracia", avaliou o senador do PT do Pará.

- OTTO ALENCAR (PSD-BA): vota contra

O senador Otto Alencar (PSD-BA) enfatizou em pronunciamento a sua posição contrária à admissibilidade da instauração do processo de impedimento da presidente da República. Ele alegou razões de fidelidade político-partidária e defendeu a tese de que Dilma Rousseff foi vítima de manobras da Câmara dos Deputados, que dificultaram as ações do governo. Na avaliação do parlamentar, a presidente fez todo o esforço para governar, mas não conseguiu "romper o cerco" da Câmara, que impediu o avanço de reformas e a aprovação de projetos importantes. Otto Alencar também lembrou que erros políticos e administrativos são comuns, mas que Dilma "não cometeu nenhuma falha moral", pois ela seria refém dos partidos para fazer a indicação dos ministros. O senador ainda alertou para as consequências de decisão de afastar a presidente. "Esse ato que vai ser tomado aqui vai gerar jurisprudência, porque amanhã será possível cassar prefeito que descumpriu os artigos 35 e 36 de uma lei complementar [Lei de Responsabilidade Fiscal] e que nunca foram cassados. O governador da mesma forma", advertiu.

- GLEISI HOFFMANN (PT-PR): vota contra

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) condenou o processo de impeachment contra Dilma Rousseff, e reiterou que não há provas de qualquer crime de responsabilidade praticado pela presidente da República. Na avaliação da senadora, o processo de impeachment em tramitação no Senado configura um instrumento concebido para cancelar o resultado das últimas eleições presidenciais. Gleisi destacou que a democracia favoreceu a eleição da primeira mulher para a Presidência da República, assim como o convívio com a tolerância. A senadora afirmou ainda que Dilma foi uma das mulheres que mais ousou no combate à corrupção, dando autonomia de investigação à Polícia Federal, ao Ministério Público e ao Judiciário.

- WELLINGTON FAGUNDES (PR-MT): vota a favor

Wellington Fagundes (PR-MT). Foto: Beto Barata/Agência Senado

O senador Wellington Fagundes (PR-MT) disse que a situação atual é preocupante e avaliou que a reforma política, defendida por ele, é a "mãe de todas as reformas", pois a iniciativa contará com o apoio popular, indispensável a outros aperfeiçoamentos que se tornam necessários, como as alterações nas legislações tributária e trabalhista. Wellington Fagundes destacou que a maior parte dos impostos arrecadados fica concentrada na União e nos governos estaduais, enquanto os prefeitos vivem à míngua e sem recursos para a prestação de serviços à população. O senador ressaltou que a repartição de recursos dará condições ao atendimento das necessidades básicas da população, e a muitas demandas da sociedade que se encontram à espera de soluções.

- TASSO JEREISSATI (PSDB-CE): vota a favor

Tasso Jereissati (PSDB-CE). Foto: Beto Barata/Agência Senado

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) apontou o fracasso do modelo político do país e afirmou que Dilma Rousseff "não apenas cedeu ao sistema, mas tirou benefício dele". Segundo ele, a presidente mentiu para o povo com a única intenção de manter-se no poder a qualquer custo. "A partir deste pecado original, muitos outros foram cometidos. As chamadas pedaladas fiscais são apenas as ferramentas utilizadas para enganar a população brasileira, mascarando a realidade da economia, fraudando os dados das contas públicas, agindo com a consciente, dolosa e única intenção de ganhar as eleições de 2014." Tasso enfatizou que, embora Dilma tenha sido legitimamente eleita, é inegável que existem os motivos legais para sofrer o impeachment. Para Tasso, o país vive uma crise de representatividade, evidenciada pela multiplicidade de partidos e pelo "anacrônico" sistema proporcional de eleição. "Nosso maior desafio a partir de amanhã será a construção de um novo modelo político. O que está aí se exauriu completamente e está na raiz das sucessivas crises como a que estamos vivendo hoje."

- MARIA DO CARMO (DEM-SE): vota a favor

Ao defender o voto pela abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma, a senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE) ressaltou a situação de fragilidade do governo federal e apontou uma paralisia no país. Maria do Carmo, que retornou esta semana ao Senado após se afastar para exercer cargo de secretária de Família e Assistência Social na Prefeitura de Aracaju, destacou os efeitos da crise econômica sobre a classe trabalhadora, com 11 milhões de desempregados. Segundo ela, é hora de "corrigir constitucionalmente" os erros do governo e promover a retomada do progresso e do crescimento econômico.

- ROBERTO ROCHA (PSB-MA): vota a favor

O senador Roberto Rocha (PSB-MA) lembrou que o processo de impeachment é político, apesar de estar amparado por aspectos jurídicos. Para ele, os senadores não podem ignorar que a denúncia contra Dilma Rousseff foi aceita por 367 deputados federais. O parlamentar se declarou favorável à admissibilidade do impedimento e que tomou essa decisão após um minucioso estudo sobre os aspectos legais da denúncia. "Voto na admissibilidade da denúncia na expectativa que o Senado conduza o processo de forma límpida, amparado na Constituição Federal e animado pelo senso de justiça", afirmou.

- BLAIRO MAGGI (PR-MT): vota a favor

O senador Blairo Maggi (PR-MT) afirmou ser um político que pensa no bem da população, na geração de renda e emprego e na construção da riqueza do país. Disse que já há algum tempo defende a possibilidade de um impeachment por considerar o governo federal um cadáver insepulto. Para Blairo, a crise econômica é uma das mais fortes razões não apenas para o impeachment, mas para o apoio popular ao afastamento de Dilma Rousseff. O senador também refutou as constantes afirmações de alguns parlamentares do PT, segundo as quais os favoráveis ao impedimento da presidente são contra os trabalhadores. "Eu ouço os meus colegas que tentam dividir o Brasil como se as pessoas pobres e os mais necessitados fossem propriedade do Partido dos Trabalhadores. Não é propriedade de vocês", declarou Blairo Maggi.

- FLEXA RIBEIRO (PSDB-PA): vota a favor

Ao comentar a denúncia de crime de responsabilidade fiscal contra a presidente Dilma Rousseff, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) destacou em seu pronunciamento "o desrespeito do governo do PT para com o povo brasileiro". Ele ressaltou que o Partido dos Trabalhadores se negou a assinar a Constituição Federal de 1988 e também a Lei de Responsabilidade Fiscal. "Parece que àquela altura já sabiam que no DNA tinha a condição de não cumprir aquilo que não quiseram assinar", disse. Flexa elogiou o parecer do relator Antonio Anastásia (PSDB-MG) que recomenda a admissibilidade da abertura de processo contra Dilma Rousseff. O senador acusou a presidente de ter enganado o eleitorado que votou nela ao mentir sobre a realidade econômica do país. "Qual o legado que os 13 anos e meio de governo do PT vai deixar? Queda no PIB, dois anos seguidos de PIB negativo. Tivemos um déficit de R$ 116 bilhões, quando a lei orçamentária previa um superávit. Não aprenderam a lição, continuaram enganando o povo brasileiro. Não podemos mudar o passado, mas vamos construir o futuro", disse.

- DONIZETI NOGUEIRA (PT-TO): vota contra

Donizeti Nogueira (PT-TO). Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O senador Donizeti Nogueira (PT-TO) descreveu a eventual decisão de afastar a presidente Dilma Rousseff, com a abertura do processo de impeachment, como "o ápice de uma conspiração engendrada pelo vice-presidente da República, auxiliado por ex-ministros do governo". Ele apontou ainda uma colaboração de derrotados nas eleições de 2014. Donizeti comparou a situação de Dilma, classificada por ele como golpe, àquelas vividas por outros presidentes: Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart. Segundo Donizeti, o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), favorável à abertura do processo, não é consistente porque parte de premissas falsas. Ele afirmou que os decretos de suplementação orçamentária eram autorizados pela lei orçamentária e que a equalização de taxas de juros relacionada ao Plano Safra não pode ser considerada empréstimo. Donizeti também apelou ao agronegócio, afirmando que, em seus cinco anos, o governo Dilma foi o que mais contribuiu para o desenvolvimento da agricultura e da pecuária, de todos os portes.

- PAULO PAIM (PT-RS): vota contra

Em um discurso emocionado, o senador Paulo Paim (PT-RS) destacou os seus 30 anos como parlamentar e garantiu nunca ter vivido um momento "tão constrangedor". Ele criticou o processo para afastar de "forma truculenta" uma presidente que foi eleita pelo voto popular. Para o parlamentar, o impeachment atenta contra a democracia. O senador questionou a quem interessa o impeachment quando, segundo ele, a juventude, as mulheres, os artistas e até representantes dos empresários são contrários ao afastamento da presidente Dilma. O parlamentar também fez críticas ao programa do PMDB para a retomada do crescimento, chamado "Uma Ponte para o Futuro". Paim alertou para as reformas previstas na Previdência, que devem elevar a idade mínima para a aposentadoria. Paim ainda acusou os ex-aliados do governo de desrespeitar acordos, partidos que "até ontem estavam desfrutando do poder" e que no outro dia "fazem uma oposição ferrenha como se nada tivessem a ver aquilo". "Eu não consigo de jeito nenhum aceitar o que está acontecendo. A democracia é a causa que dirige a liberdade, a igualdade, a justiça, os direitos humanos. É pela democracia que eu tenho a saúde, que eu tenho a educação, que eu posso estar nessa tribuna. Eu sou um amante da democracia e pela democracia eu dou a minha própria vida."

- JOSÉ PIMENTEL (PT-CE): vota contra

O senador José Pimentel (PT-CE) defendeu a presidente Dilma Rousseff afirmando que não existe crime de responsabilidade cometido por ela e que a oposição insiste na tese de "conjunto da obra" para afastá-la. Segundo Pimentel, os decretos de suplementação orçamentária - um dos pontos da denúncia contra Dilma - tiveram impacto primário zero, o que teria sido admitido pelo próprio relator do processo no Senado, Antonio Anastasia. Ele acrescentou que o processo nasceu de um parecer comprado da jurista Janaina Paschoal e inicialmente considerado "inaceitável" pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Esse texto teria sido ajustado com ajuda de parlamentares, reapresentado e finalmente aceito por vingança de Cunha contra o PT. Pimentel disse ainda que um governo Temer começará com a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário, num indicativo de que um dos grandes avanços dos governos petistas, o incentivo à agricultura familiar, será colocado em segundo plano.

- DALÍRIO BEBER (PSDB-SC): vota a favor 

Dalírio Beber (PSDB-SC). Foto: Beto Barata/Agência Senado

O Senado deve atender à vontade da população, expressa nas manifestações das ruas, e aprovar a abertura do processo de impedimento da presidente da República, Dilma Rousseff, na opinião do senador Dalírio Beber (PSDB-SC). Para o parlamentar, a população estaria indignada por ter sido iludida pelo governo. "Desde a eleição de 2014, o governo federal tem sido criativo na construção de cenários que jamais corresponderam à realidade. A indignação e frustração são sentimentos que pertencem àqueles que foram iludidos pelas promessas e cantilenas de um país maravilhoso", disse. Dalírio ressaltou o trabalho da Comissão Especial do Impeachment do Senado e se disse convencido da ocorrência de crime de responsabilidade praticado pela presidente da República, anunciando seu voto pela abertura do processo de julgamento de Dilma Rousseff.

- JOSÉ SERRA (PSDB-SP): Vota a favor

"Impeachment não é uma medida de exceção, é uma solução constitucional", defendeu o senador José Serra (PSDB-SP) em discurso na madrugada desta quinta-feira, 12. O parlamentar disse que o impedimento de Dilma Rousseff é um remédio amargo, mas necessário diante da baixa popularidade da presidente, do aumento do desemprego e da queda de produção. "Esse é o ponto a que chegamos: derretimento da produção e do emprego, derretimento das condições sociais de vida da população, deterioração moral no mundo político, a exacerbação dos conflitos dentro e fora da política e um verdadeiro risco, a meu ver, de colapso do Estado de direito", disse. Serra criticou o que chamou de "retórica do golpe" e ressaltou que o rito do impeachment está previsto na Constituição. Para o senador, a presidente não está sendo derrubada pelos seus adversários, mas "pela marcha de insensatez que ela e seu partido deflagraram". "São os fatos, a dura realidade dos fatos, e não a astúcia de seus opositores, que provocaram a atual situação de estarmos às vésperas de um impedimento dramático" assinalou.

- WALTER PINHEIRO (sem partido-BA): vota contra

Walter Pinheiro (sem partido-BA). Foto: Beto Barata/Estadão

Ao manifestar sua posição contrária à abertura do processo de impeachment, o senador Walter Pinheiro (sem partido-BA) disse que Dilma Rousseff está sendo condenada antes de um julgamento. "A admissibilidade [do processo de impeachment] transformou-se em um estágio de julgamento. O que vamos votar não é simplesmente a abertura de um processo, mas se vamos condenar um para sair e entregar ao outro o troféu para entrar [na Presidência da República]", afirmou. Como ressaltou o parlamentar, Dilma Rousseff e Michel Temer fazem parte de um mesmo governo, de uma coalizão liderada por PT e PMDB. Por isso, frisou, o governo deveria estar sendo avaliado como um todo. Na opinião de Walter Pinheiro, não há base jurídica na denúncia que justifique o impeachment, sendo apenas política a motivação para a abertura do processo contra a presidente da República. "O que vai a voto é um único caminho, o sim ou não, iludindo a população de que, com essa votação, vamos abrir a jornada da solução definitiva. Qual solução definitiva? Que proposta nova será apresentada? ", questionou.

- DAVI ALCOLUMBRE (DEM-AP): vota a favor

Davi Alcolumbre (DEM-AP). Foto: Beto Barata/Agência Senado

"O país não suporta o retrocesso que estamos vivenciando. Medidas emergenciais devem ser tomadas", afirmou o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), ao defender, às 4h50 da madrugada desta quinta, 12, o impedimento da presidente Dilma Rousseff. Ele alertou para o fato de que o Brasil observava e aguardava com ansiedade uma decisão do Senado. Como vários oradores, ele falou dos momentos difíceis vividos pelo país, observando que o descontrole econômico engendrou uma crise generalizada, cujos efeitos sacrificam toda a nação brasileira, sobretudo os mais pobres, com uma inflação próxima de 10% ao mês. "Certamente o dia de hoje não é um dia de festa, muito menos de celebração, nem para mim, nem para o Senado, nem para o Brasil e seus mais de 200 milhões de habitantes", disse ainda Alcolumbre.

- CIRO NOGUEIRA (PP-PI): vota a favor

Ciro Nogueira (PP-PI). Foto: Beto Barata/Agência Senado

"Essa Casa não faz aquilo que o povo não quer. O povo é soberano". Com essa crença, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) anunciou nesta madrugada sua posição favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele disse ter tentado chegar a uma solução que preservasse a estabilidade do governo, mas que isso foi inútil. "A grande e dura realidade é que o governo perdeu sua capacidade de sustentação. A margem expressiva que se verificou na votação do impeachment na Câmara foi a consequência, e não a causa, desse esgotamento", disse o parlamentar. Ciro Nogueira afirmou que, sem uma base mínima de apoio, os governos passam a ser um entrave para o funcionamento do país. "Eles perdem a iniciativa e tornam-se incapazes de enfrentar os grandes problemas nacionais", observou ainda o senador.

- HUMBERTO COSTA (PT-PE): vota contra

O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou em discurso nesta quinta-feira (12) que a elite criou, com o impeachment, um atalho para tomar o poder pois não consegue superar nas urnas o projeto encabeçado pelo ex-presidente Lula e pela presidente Dilma Rousseff e que tirou milhões da pobreza. "Não se troca um projeto de país por outro como se estivesse negociando uma mercadoria. O Palácio do Jaburu é a sede da conspiração, o balcão de feira da República" disse o senador. "Mais uma vez Dilma Rousseff está sendo vítima de um julgamento injusto", afirmou Humberto Costa, lembrando a época que a presidente foi torturada pela Ditadura civil-militar. Ele rebateu as acusações que pesam contra Dilma e afirmou que esse processo banalizará o instrumento do impeachment. "Dilma é uma mulher honesta, não é criminosa. Essas não são palavras minhas, mas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB)" observou.

-SENADOR IVO CASSOL (PP-RO): vota a favor

Em pronunciamento na madrugada desta quinta-feira (12), o senador Ivo Cassol (PP-RO) anunciou voto pela abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff, dizendo-se convencido de que há indícios de crime de responsabilidade praticados pela presidente da República. Para Cassol, a presidente perdeu a credibilidade junto à opinião pública. Em Rondônia, disse, mais de 80% da população querem a saída de Dilma. " O Brasil precisa tomar rumo, retomar a governabilidade, independentemente de quem esteja no poder", opinou.Ivo Cassol agradeceu à presidente Dilma Rousseff por ter sancionado lei que liberou o uso da "pílula do câncer". "A presidente Dilma foi corajosa, contrariando interesses de clínicas, de laboratórios e de seus próprios ministros, sancionou a Lei 13.269/2016, que autoriza o uso da fosfoetanolamina para pacientes com câncer", afirmou.

- BENEDITO DE LIRA (PP-AL): vota a favor

Benedito de Lira (PP-AL). Foto: Beto Barata/Agência Senado

Ao elogiar o relatório apresentado por Antonio Anastasia (PSDB-MG) na Comissão Especial do Impeachment, o senador Benedito de Lira (PP-AL) se disse convencido da existência de indícios de que a presidente Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade. Favorável ao impeachment, Benedito de Lira quer que o Senado aprofunde o exame desses indícios. "Levando em conta os argumentos constantes no parecer da Comissão Especial, dispomos de elementos suficientes para perseverar na busca da verdade." Na visão do parlamentar, a admissibilidade do processo de investigação não representa pré-julgamento, mas o reconhecimento de que há elementos que merecem ser investigados com mais atenção.

- ROMERO JUCÁA (PMDB-RR): vota a favor

Ao defender o impeachment de Dilma Rousseff, Romero Jucá (PMDB-RR) comparou o atual governo ao Titanic prestes a afundar. Segundo ele, o vice-presidente Michel Temer tem legitimidade para ser o novo comandante e evitar prejuízos maiores para população. "O PMDB e outros partidos viram que não era preciso esperar o Titanic bater no iceberg e que morressem milhares de pessoas. Era preciso mudar a rota do navio. E para mudar a rota do navio era preciso mudar o comandante", disse o senador. Jucá ressaltou que Temer e o PMDB têm legitimidade para assumir o comando pois ajudaram a garantir a vitória da chapa encabeçada pelo PT nas últimas eleições. "O sentimento da maioria é o sentimento de esperança, de um novo caminho", disse.

- EDISON LOBÃO (PMDB-MA): vota a favor

O senador Edison Lobão. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O senador Edison Lobão (PMDB-MA) ressaltou que votará nesta quinta-feira (12) pela admissibilidade do processo e não pelo impeachment. O parlamentar ressaltou que ainda não é possível avaliar o mérito da questão, apenas concluir que há indícios para prosseguir com a investigação. "Eu não vim aqui para tripudiar sobre uma gladiadora ferida. Vim para o cumprimento do dever a que me obriga a Constituição da República. O voto que darei nesta manhã não é pelo impeachment da Presidente da República, mas pela admissibilidade do processo de investigação proposto", disse. Segundo ele, senadores terão agora tempo suficiente para avaliar os argumentos da acusação e da defesa.  

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