A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) negou que Lula ou seu Instituto tenham 'intermediado qualquer situação' durante seu governo, entre 2010 e 2016. Ela depôs como testemunha de acusação arrolada pelo Ministério Público Federal contra o petista e seu filho, Luís Cláudio Lula da Silva.
Dilma depôs na quinta-feira, 22, por vídeoconferência, desde Porto Alegre. A ação contra Lula corre na 10.ª Vara Federal de Brasília. O vídeo do depoimento da petista foi tornado público nesta segunda-feira, 26.
Lula responde por suposto tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa na compra de caças suecos durante o primeiro governo Dilma.
Outros dois acusados nessa ação, os lobistas Mauro Marcodes e Cristina Mautoni, teriam atuado por meio de influência indevida na compra dos aviões.
Eles teriam feito lobby para a empresa fabricante dos aviões, a Saab, junto ao governo brasileiro. No âmbito da Operação Zelotes, Lula também é réu por supostamente 'vender', já fora da presidência, entre 2013 e 2015, interferência no governo pela edição da Medida Provisória 627/2013, que concedeu benefícios fiscais à indústria automobilística.
No esquema, as empresas do setor contratavam a consultoria M&M, que, segundo a denúncia, repassou R$ 2,5 milhões a Luís Cláudio, o filho de Lula.
Outra Medida Provisória Investigada é a 471, que foi emendada pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ) com um artigo que favorecia a indústria automobilística.
"O Instituto Lula eu poucas relações tive com eles. O presidente Lula jamais intermediou qualquer situação comigo, nem quando eu era chefe da Casa Civil. Ele nunca interferia", afirmou Dilma.