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Nova denúncia da Lava Jato acusa Zé Dirceu de 33 crimes de lavagem de dinheiro

Procuradores do Ministério Público Federal sustentam que ex-ministro lavou mais de R$ 2,4 milhões entre abril de 2011 e outubro de 2014

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Por Julia Affonso , Ricardo Brandt , Luiz Vassallo e Fausto Macedo
Atualização:

O ex- ministro José Dirceu está preso em Curitiba, sede da Lava Jato. Foto: Futura Press

Na nova denúncia contra José Dirceu, o Ministério Público Federal agora atribui ao ex-ministro (Casa Civil/Governo Lula) uma sucessão de 33 crimes de lavagem de dinheiro. Nesta terça-feira, 2, os procuradores que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato entregaram à Justiça Federal a terceira denúncia formal contra Dirceu - preso desde 3 de agosto de 2015 em Curitiba.

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Segundo os procuradores, entre abril de 2011 e outubro de 2014 o ex-ministro lavou R$ 2,4 milhões que teria recebido em propinas no âmbito de obras da Petrobrás. O dinheiro teria sido repassado a Dirceu pelas empreiteiras Engeviz e UTC Engenharia.

O procurador Deltan Dallagnol sustenta que há um conjunto de provas contra Dirceu - já condenado a 32 anos e um mês de prisão. Ele aponta depoimentos, recuperaão de emails e outras provas. Dallagnol informou que não existe um novo pedido de prisão contra o ex-ministro.

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA ROBERTO PODVAL, DEFENSOR DE JOSÉ DIRCEU

Diante da possibilidade de o Supremo Tribunal Federal mandar soltar José Dirceu nesta terça-feira, 2, e da possibilidade - já descartada - de a Procuradoria da República pedir nova prisão preventiva do ex-ministro, o advogado Roberto Podval reagiu enfaticamente.

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"Esses fatos foram utilizados quando do primeiro pedido de pisão, embora quando da denúncia foram esquecidos. Não acredito que o juiz Sérgio Moro desautorize o Supremo Tribunal Federal dessa forma. Isso não é um jogo. O STF não irá autorizar chicana judicial. Não acredito que o juiz Sérgio Moro utilize tais procedimentos."

COM A PALAVRA, O ADVOGADO LUIZ FLÁVIO BORGES D'URSO, QUE DEFENDE JOÃO VACCARI NETO

"A defesa do sr. João Vaccari Neto vem a público manifestar-se sobre a denúncia apresentada hoje (02/05/17), pelo Ministério Público Federal, na qual foi incluído o sr. Vaccari, atribuindo-se a ele o conhecimento sobre pagamento realizado pela UTC para o sr. José Dirceu.

Qualquer eventual contrato entre o sr. José Dirceu com a UTC, Engevix ou com qualquer outra empresa, não é e nunca foi de responsabilidade ou conhecimento do sr. Vaccari, portanto o sr. Vaccari foi incluído nessa denúncia indevidamente, pois desconhece e não tem nada com este assunto. Convém, mais uma vez ressaltar que palavra de delator não é prova no sistema legal brasileiro e, eventual acusação contra o sr. Vaccari feita pelo responsável da UTC, é proveniente de delação premiada. Portanto, carece de comprovação, o que inexiste neste caso, pois não sendo verdade, nenhuma prova poderá corroborar referida informação".

COM A PALAVRA, A ENGEVIX

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"O ex-sócio apontado na denúncia já se afastou da Engevix. A empresa segue colaborando com a Justiça."

COM A PALAVRA, A UTC ENGENHARIA

"A UTC não comenta investigações em andamento."

COM A PALAVRA, A ENTRELINHAS COMUNICAÇÃO

A reportagem entrou em contato com a Entrelinhas Comunicação, mas não obteve resposta. O espaço está aberto para manifestação.

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