O presidente da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), Laerte Rimoli, afirmou à Operação Lava Jato que 'não tem ideia' se a jornalista Cláudia Cruz, mulher do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), viajava ao exterior no fim da década de 1990.
Laerte Rimoli depôs como testemunha de defesa de Cláudia na ação penal em que ela é ré por lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Cláudia é acusada de ter evadido dinheiro e lavado US$ 1 milhão provenientes de crimes praticados pelo ex-presidente da Câmara no esquema de corrupção na Petrobrás.
A Lava Jato identificou gastos milionários de Cláudia com cartão de crédito em restaurantes finos e lojas de grife na Itália, na França e em Portugal, onde adquiriu sapatos e bolsas de alto valor.
Laerte Rimoli é jornalista. Ele foi coordenador de comunicação da campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) na eleição presidencial de 2014.
Ele relatou ao juiz federal Sérgio Moro que trabalhou com Cláudia 'entre 1997 e 1998'.
A defesa da mulher de Eduardo Cunha questionou o presidente da EBC se, naquela época, a jornalista 'viajava bastante ao exterior'.
"Não tenho ideia. Ela trabalhava durante a semana toda. Não sei se daria, se ela teria espaço para viajar ao exterior. Ela ficava de segunda a sexta e ainda tinha plantões", declarou o presidente da EBC.
A advogada que representou Cláudia Cruz na audiência insistiu. "Nas férias?"
"Não tenho ideia", declarou Rimoli. "Não tinha muito detalhe de como ela geria a vida dela."
Segundo o presidente da EBC, ele encontrou Cláudia Cruz 'fortuitamente' em Brasília, em 2015.