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Não recebo fanfarrão delinquente no porão da minha casa, diz presidente da OAB sobre Temer e Joesley no Jaburu

Claudio Lamachia, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, diz que presidente da República deveria ter encerrado conversa com executivo da JBS e comunicado às autoridades

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Por Luiz Vassallo , Julia Affonso e Fausto Macedo
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Claudio Lamachia. Foto: Reprodução

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, declarou nesta segunda-feira, 22, que Michel Temer 'jamais deveria ter recebido' no Palácio do Jaburu 'um fanfarrão, um delinquente' - como o próprio presidente da República classifica o executivo Joesley Batista que gravou conversa entre eles na noite de 7 de março no Palácio do Jaburu.

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No sábado, 20, a OAB, por 25 votos a um das bancadas do Conselho Federal disse 'sim' ao impeachment de Temer Nesta semana, a Ordem vai protocolar na Câmara denúncia contra o presidente por crime de responsabilidade, violação ao artigo 85 da Constituição.

O ponto central da acusação é o teor da conversa do presidente com o empresário.

Joesley entregou o áudio à Procuradoria-Geral da República em acordo de delação premiada. Temer diz que a gravação foi fraudada, mas não nega o encontro com Joesley, a quem classifica de 'fanfarrão', 'delinquente'.

"Se o presidente da República sabia que estava diante de um interlocutor que é um fanfarrão e um delinquente ele não deveria ter recebido (Joesley)", disse Lamachia, em entrevista coletiva na sede da OAB em Brasília.

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Lamachia seguiu. "Primeiro, o presidente não deveria nem ter recebido (Joesley). Se eu sei que alguém é um deliquente eu não recebo aqui na OAB, não vou receber alguém que, sabidamente para mim, é um deliquente e um fanfarrão numa audiência na Ordem, quiçá na minha casa, na minha residência, na garagem, no porão, seja onde for."

COM A PALAVRA, MICHEL TEMER

"A OAB tem o pleno direito de expressar sua opinião. No entanto, o caso não se concretizou. Prova disso são as empresas do sr. Joesley que não conseguiram nenhum benefício junto ao Cade", informou a Secretaria de Comunicação da Presidência.

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