O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Colégio dos Presidentes Seccionais da OAB, divulgou neste sábado, 16, uma nota em repúdio ao atentado sofrido pelo advogado de Goiânia Walmir Oliveira da Cunha, que perdeu três dedos após receber uma carta-bomba em seu escritório nesta sexta-feira, 15.
No texto, a entidade lembra um atentado sofrido pelo então presidente do Conselho Federal da entidade durante a ditadura militar e diz que nem aquele, nem este episódio vão intimidar a advocacia.
"Se durante a ditadura uma outra bomba, aquele dirigida ao nosso então Presidente do Conselho Federal e que vitimou D. Lyda Monteiro, não nos intimidou, também agora não nos deixaremos submeter, seja à violência física, seja em face da violência constitucional, aquela que parte dos que não compreendem o fundamental papel da advocacia na defesa das liberdades, e tenta promover a criminalização indevida e ilegal de nossa profissão", diz a nota.
Na manifestação, a OAB diz ainda não admitir que advogadas e advogados sofram qualquer tipo de represália ou constrangimento por causa do exercício da advocacia. "Não existe Estado Democrático de Direito sem uma advocacia forte, capaz de fazer valer os direitos e garantias dos cidadãos", diz o texto que exige que as autoridades responsáveis apurem o caso".
O advogado foi operado ontem e não estaria correndo risco de vida, segundo informou o site Consultor Jurídico.
A ÍNTEGRA DA NOTA DA OAB:
"Estarrecimento.
Esse é o sentimento que nos permeia a todos, diante da onda de violência e brutalidade que se abate sobre a advocacia.
De um lado, as ameaças que vêm daqueles que não aceitam o papel da advocacia na defesa das liberdades públicas e das garantias constitucionais a todos asseguradas.
Doutro lado, a violência pura e brutal, materializada nos atentados contra a integridade física dos advogados e advogadas brasileiras, do qual o ataque a bomba contra o advogado goiano Walmir de Oliveira da Cunha, é o mais recente episódio.
Contra isso, contra esse estado de violência física e institucional contra os advogados e a advocacia, nos levantamos, o Conselho Federal e o Colégio de Presidentes de Seccionais.
Se durante a ditadura uma outra bomba, aquele dirigida ao nosso então Presidente do Conselho Federal e que vitimou D. Lyda Monteiro, não nos intimidou, também agora não nos deixaremos submeter, seja à violência física, seja em face da violência constitucional, aquela que parte dos que não compreendem o fundamental papel da advocacia na defesa das liberdades, e tenta promover a criminalização indevida e ilegal de nossa profissão.
Nos solidarizando com a advocacia goiana, exigindo das autoridades incumbidas da segurança pública a apuração de todos os atos de violência física contra os advogados, o Conselho Federal e o Colégio de Presidentes da OAB reafirmam seu compromisso com a defesa da advocacia e da liberdade, repelindo toda e qualquer afronta ao advogados e advogadas brasileiras.
Diretoria da OAB Nacional
Colégio de Presidentes de Seccionais da OAB"