O juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, disse nesta segunda-feira, 23, que 'não deve haver nenhuma interferência do governo' nas investigações sobre o esquema de corrupção que se instalou na Petrobrás entre 2004 e 2014.
Em São Paulo, onde participou de um evento, Moro disse que 'não está muito a par desse caso', em referência ao diálogo gravado entre o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e o senador Romero Jucá, ministro do Planejamento do governo Michel Temer.
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Na conversa, Jucá sugere que a Lava Jato deve parar de 'sangrar', como se tivesse a intenção de barrar a investigação. O diálogo foi revelado pelo jornal Folha de S. Paulo.
"Não estou muito a par desse caso. Por outro lado, não deve haver nenhuma interferência do governo", disse o juiz Moro, que deflagrou a Lava Jato contra doleiros, empreiteiros e políticos. O juiz alertou para a autonomia das instituições e mandou um recado. "Os trabalhos devem ser independentes."
Indagado se a Lava Jato está entrando em declínio, Sérgio Moro respondeu que ela 'persiste normalmente'.
"A Lava Jato não é um seriado. Existe um trabalho que a parte mais visível dessa operação consiste nessas diligências de busca e apreensão e prisões. Mas existe todo um trabalho de investigação que é feito entre quatro paredes. Existe todo um trabalho de realização de audiências, de julgamento dos casos. Então, esse caso persiste normalmente."