O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que o Ministério Público "não compactua com o ilícito, o autoritarismo ou o interesse velado".
Nesta segunda-feira, 1º, na sessão solene de abertura do Ano Judiciário, Janot afirmou. "Buscamos, simples e só, de forma clara e objetiva, a verdade dos fatos e não de factoides, e o seu enquadramento jurídico, sem evasivas, sem cortinas de fumaça", assinalou.
O chefe do Ministério Público não citou nomes, mas seu recado claramente foi endereçado para, entre outros políticos, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema montado na Petrobrás entre 2004 e 2014.
A Operação Lava Jato, da qual Eduardo Cunha e dezenas de outros parlamentares são alvo, é o grande trunfo de Janot.
Os dados são estes - consolidados até 18 de dezembro de 2015, antes, portanto, da deflagração da Operação Triplo X, que aponta para o condomínio Solaris, no Guarujá, onde fica o tríplex 164-A, que o ex-presidente Lula diz que não é dele; e antes da nova condenação da Lava Jato, desta segunda, 1º, do ex-diretor de Internacional da estatal petrolífera Jorge Luiz Zelada, que pegou 12 anos e dois meses de prisão em sentença do juiz federal Sérgio Moro.
Janot destacou, então, que a Lava Jato já acumula 1.016 procedimentos instaurados; 396 buscas e apreensões realizadas; 99 mandados de condução coercitiva cumpridas; 119 mandados de prisão cumpridos, sendo 62 prisões preventivas e 57 prisões temporárias; 86 pedidos de cooperação internacional, sendo 77 pedidos ativos para 28 países e 9 pedidos passivos com 8 países; 40 acordos de colaboração premiada foram celebrados; 5 acordos de leniência foram firmados; 36 acusações criminais ajuizadas contra 179 pessoas, apontando o cometimento de crimes contra o Sistema Financeiro Internacional e Nacional, corrupção, tráfico transnacional de drogas, formação de organização criminosa, lavagem de ativos e outros ilícitos.