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'Não bastam declarações ou intenções de qualquer governo que possam frear a Lava Jato'

Delegados da PF em Curitiba, sede da maior investigação contra corrupção do País, afirmam não haver possibilidade de interferências do governo, ao comentar conversa gravada entre ex-ministro Romero Jucá e ex-presidente da Transpetro

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Por Fausto Macedo , Ricardo Brandt e Mateus Coutinho
Atualização:
 Foto: Estadão

Os delegados da Polícia Federal em Curitiba, sede das investigações da Operação Lava Jato, disseram que não bastam declarações e intenções de qualquer governo que possam frear as apurações do maior escândalo de corrupção do País.

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"A Lava Jato adquiriu um patamar republicano no Brasil, e a PF, ao lado do Ministério Público Federal e da Receita Federal, não sofre influência política. De modo que não bastam intenções ou declarações de qualquer governo que possam frear as investigações quando a gente está com a razão. A Lava Jato sempre age com provas contundentes", afirmou o delegado Luciano Flores de Lima.

Em mais uma fase da Lava Jato, deflagrada nesta segunda-feira, 23, delegados da PF apresentavam dados da prisão do ex-assessor do PP João Cláudio Genu - que já havia sido condenado no mensalão e foi alvo da 29.ª etapa batizada de Operação Repescagem - quando foram questionados sobre a conversa entre o agora ex-ministro do Planejamento Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Ambos são alvo da Lava Jato e aparecem em diálogo em que Jucá sugere interferência do governo interino nas apurações. Os dados foram revelados pelo jornal Folha de S.Paulo.

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Lima afirmou que a Lava Jato tem "apoio popular", o que dá "legitimidade para as instituições" serem "cada vez mais fortes e terem a autonomia necessária para continuar investigando de maneira imparcial". "Nós não damos chance para sofrer esse tipo de influência politica."

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O superintendente da PF em Curitiba, delegado Rosalvo Ferreira Franco, afirmou que a Operação Lava Jato "tem total apoio do Ministério da Justiça e da direção-geral da Polícia Federal".

"Estou retornando hoje de férias. Não temos qualquer tipo de aviso de que tenhamos qualquer interferência na investigação da Lava Jato. Pelo contrário, recebemos inclusive recursos financeiros para dar continuidade às investigações. Em nenhum momento houve sinalização de que a Lava Jato sofreria qualquer tipo de influência negativa. Tanto por parte do Ministério da Justiça como da direção-geral temos tido total apoio."

O delegado Igor Romário de Paula afirmou que o "jogo político não faz parte da atividade da polícia de investigação criminal". "Não temos motivo para achar que vai haver qualquer tipo de interferência."

Segundo ele, é preciso "aguardar para ver em qual circunstância" ocorreu a gravação de Jucá. O delegado disse que é preciso tomar cuidado para que "a operação não se envolva com o jogo político". "Não temos notícia nenhuma de como surgiram esses áudios efetivamente. O trabalho a gente segue normalmente."

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